Rev Cuid. 2022; 13(1): e2093
http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2093
REVIEW ARTICLE
Distanciamento social por Covid 19: repercussão na rotina de universitários
Distanciamiento social por COVID-19: efectos en la rutina de estudiantes universitários
Social distancing during COVID-19: Effects on daily routine of college students
Luciano Fiorentin1 Vilma Beltram2
Highlights:
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Recebido: 9 de fevereiro de 2021
Aceito:25 de agosto de 2021
Publicado: 15 de março de 2022
Como citar este artigo: Fiorentin Luciano, Beltrame Vilma. Distanciamento social por Covid 19: repercussão na rotina de universitários. Revista Cuidarte. 2022;13(1):e2093. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2093
Resumo
Introdução: Necessitando de medidas de combate à pandemia por SARS-CoV-2, a Organização Mundial da Saúde orientou o distanciamento social como estratégia para mitigar seus impactos. Dentre as medidas adotadas para evitar aglomerações, universidades se adaptaram para modalidade de ensino online. O objetivo é refletir sobre a influência do distanciamento social por covid-19, na rotina de estudantes de ciências da saúde. Materiais e Métodos: É uma revisão integrativa, com buscas nas bases de dados Pubmed, MEDLINE, LILACS, WHO COVID, bioRxiv, e medRxiv, nos sites da Pubmed, BVS e Portal de buscas da Organização Mundial da Saúde para covid-19, com descritores nas seguintes combinações: “Infecções por coronavírus e estudantes de ciências de saúde” e “Covid-19 e estudantes de ciências de saúde”. Inicialmente encontrou-se 1069 artigos. Resultados: Após refinamento 23 artigos compuseram o estudo. Os resultados foram categorizados como 1-desordens nas competências emocionais, 2-ensino, 3-alimentação, sono e atividade física e 4-efeitos de natureza diversas. Manifestações frequentes: ansiedade, depressão, estresse, incerteza e angústia, mudanças no sono e atividade física. Vantagem ou desvantagem do ensino online, teve percentual de 50% cada. Conclusão: Conhecer como o distanciamento social influenciou na rotina dos estudantes é relevante para que as universidades desenvolvam programas de suporte para as necessidades apresentadas na realidade atual, e consigam projetar programas de enfrentamento para futuras crises epidêmicas, auxiliando na redução dos impactos resultantes.
Palavras Chave: Infecções por Coronavirus; Pandemia; Saúde do Estudante; Isolamento Social.
Abstract
Introduction: In response to the SARS-CoV-2 pandemic, the World Health Organization recommended social distancing as a strategy to mitigate the impacts of the coronavirus disease. Among measures adopted to avoid crowds, universities then switched to virtual education. The objective is to reflect on the influence of social distancing during COVID-19 on the daily routine of health sciences students. Materials and methods: A systematic literature review was conducted by searching on PubMed, MEDLINE, LILACS, bioRxiv, medRxiv, as well as BVS and the World Health Organization site for COVID-19 (WHO COVID-19) databases, using combined descriptors such as “coronavirus infections and health science students” and “COVID-19 and health science students”. A total of 1069 articles were initially found, being later refined to 23 for the study. Results were classified into 1) emotional competence disorder, 2) education, 3) eating, sleep and physical activity, and 4) various kind of impacts with frequent manifestations of anxiety, depression, stress, uncertainty distress and changes in physical activity and sleep habits. Student dropout in virtual programs is about 50% in all cases. Conclusions: Knowing how social distancing influenced the daily routine of college students is important for universities to develop support programs tailored to current reality needs and implement future epidemic preparedness programs, helping reduce possible impacts.
Keywords: Coronavirus Infections; Pandemic; Student Health; Social Isolation.
Resumen
Introducción: Ante la necesidad de combatir la pandemia por SARS-CoV-2, la Organización Mundial de la Salud recomendó el distanciamiento social como estrategia para mitigar los impactos de la enfermedad. Entre las medidas adoptadas para evitar aglomeraciones, las universidades se han adaptado a la modalidad de educación virtual. El objetivo es reflexionar sobre la influencia del distanciamiento social por COVID-19 en la rutina de los estudiantes de ciencias de la salud. Materiales y métodos: Se realizó una revisión sistemática de la literatura a través de búsquedas en PubMed, MEDLINE, LILACS, bioRxiv, medRxiv, así como en BVS y el portal de búsqueda de la Organización Mundial de la Salud para COVID-19 (WHO COVID-19), con descriptores combinados de la siguiente forma: “infecciones por coronavirus y estudiantes de ciencias de la salud” y “COVID-19 y estudiantes de ciencias de la salud”. Se encontraron 1069 artículos inicialmente, que luego fueron depurados a 23 para conformar el estudio. Los resultados se categorizaron en: 1) trastorno en las competencias emocionales, 2) educación, 3) alimentación, sueño y actividad física, y 4) efectos de diversa índole, con manifestaciones frecuentes de ansiedad, depresión, estrés, incertidumbre y angustia, y cambios en el sueño y la actividad física. La deserción escolar en entornos virtuales es del 50% en todos los casos. Conclusiones: Es importante saber la forma en la que el distanciamiento social influyó en la rutina de los estudiantes, para que así las universidades logren desarrollar programas de apoyo que se ajusten a las necesidades de la realidad actual e implementar programas de respuesta a futuras crisis epidemiológicas, lo que ayudaría a reducir los posibles impactos.
Palabras clave: Infecciones por Coronavirus; Pandemia; Salud del Estudiante; Aislamiento social.
Introdução
Após a identificação e registro do primeiro caso de infecção da Síndrome Respiratória Aguda Grave por Coronavirus – SARS-CoV-2 causador da doença Covid-19 em dezembro de 20191, o mundo vive uma pandemia, a qual em suas marcas, já acumula centenas de milhares de infecções e mortes pelo mundo.2
A rápida disseminação, dada pelo elevado poder de transmissibilidade, e sem mecanismos de combate, o vírus se espalhou livremente pelo mundo obrigando autoridades governamentais e sanitárias a adotarem medidas epidemiológicas restritivas, como o distanciamento social, com o propósito de mitigar a epidemia.3,4
Dentre as medidas de distanciamento social, foi orientado pela OMS a necessidade de restrição de contato entre humanos, evitar eventos que proporcionassem aglomeração de pessoas, fechamento temporário de fronteiras, suspensão de trabalho e ou atividades não essenciais, incluindo escolas e universidades.5
As medidas de distanciamento social foram estratégias epidemiológicas, utilizadas para combater a Covid-195, no entanto, essas medidas restringem os contatos socialmente constituídos. Por mais que a causa seja justificável, os efeitos psicológicos tendem a se apresentar com respostas negativas, como estresse, medo e ansiedade.6
Para estudantes de ciências da saúde, em que vivenciaram as universidades fechadas e migrando para novas alternativas de ensino, como a modalidade online, os reflexos que se apresentam é de uma realidade de dúvidas relacionadas à bruscas transformações sobre o ensino e incertezas sobre o futuro, resultante dessa crise pandêmica.7
Os alunos de ciências da saúde possuem como requisito em sua formação, períodos de aulas essencialmente presenciais, momentos de práticas e estágios, que foram interrompidos pelo distanciamento social. Também a suspensão das atividades não essenciais, que era o local de trabalho de alguns estudantes, que viram sua fonte de renda ameaçada ou suspensa, passaram a viver a insegurança financeira. Diante disso levanta-se o questionamento de como o distanciamento social por Covid-19 influenciou a rotina acadêmica de estudantes de ciências da saúde?
Acentua-se essa busca por respostas a outro fator considerado relevante, ou seja, o fato deles serem os futuros profissionais da saúde, e em situações de crise de saúde pública, a exemplo da pandemia por Covid-19, estão ou estarão na linha de frente, com elevado grau de exposição para o adoecimento. E dessa forma, esse estudo possui como objetivo, refletir sobre a influência do distanciamento social por Covid-19, na rotina de estudantes de ciências da saúde.
Materiais e Métodos
Este estudo é uma revisão integrativa da literatura, resultante de um recorte de dissertação, onde buscou-se artigos que descrevessem sobre o distanciamento social por Covid-19, e as influências que suas restrições tiveram na rotina acadêmica de estudantes de ciências da saúde.
As etapas formam sequencialmente seguidas conforme sugerem Souza; Silva; Carvalho8: Elaboração da pergunta norteadora; Busca ou amostragem na literatura; Coleta de dados; Análise crítica dos estudos incluídos; Discussão dos resultados e Apresentação da revisão integrativa.
Utilizou-se como estratégia de busca as combinações de descritores “Infecções por coronavirus e estudantes de ciências de saúde”; “Coronavirus infections and health science students”; “Covid-19 e estudantes de ciências de saúde” e “covid-19 and health science students”, a partir das bases de dados Pubmed, MEDLINE, LILACS, WHO COVID, bioRxiv, e medRxiv, através dos portais de buscas da Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Portal de buscas da OMS para covid-19. A busca foi realizada nos dias 03 e 04 de janeiro de 2021. Os filtros usados foram ‘textos completos” e “últimos 5 anos”
Após a busca, foi exportado arquivo total em formato “RIS” para artigos encontrados na BVS e Portal de buscas da OMS para covid-19, e “medline” para os artigos encontrados na plataforma de busca da Pubmed. Foi utilizado auxílio do StArt (gerenciador de revisão sistemática de bibliografia) versão (v. 3.3 beta 03), para seleção e extração dos artigos. Após os artigos extraídos, foi utilizado o software Zotero (v. 5.0.89) como gerenciador de referências. Após importação para sistema foram encontrados o total de 1069 publicações, destes 133 o sistema Start identificou como duplicados, ficando 936 para fase de seleção.9
Os arquivos extraídos que compõe o banco de dados da pesquisa, estão armazenados em repositório público, mas de acesso restrito aos pesquisadores.
Conforme apresentado na figura 01, as informações seguiram o mesmo fluxo PRISMA, recomendado por Liberati et. al,10 a ser seguido em revisões sistemáticas de literatura. Com esse fluxo é possível apresentar com transparência do caminho percorrido até a definição final dos artigos incluídos.
Figura 1: Fluxo de informações da revisão integrativa
Fonte: Autores
Para a extração dos dados, utilizou-se um fichamento das informações encontradas nos artigos selecionados para o estudo (tabela 1), e que, a partir das influências que os estudos mostraram sobre a rotina dos estudantes em virtude do distanciamento social devido a Covid-19, estruturou-se categorias com informações quantificáveis, melhorando a visibilidade dos desfechos encontrados. A análise e interpretação ocorreu à luz da temática proposta, e apresentada de forma descritiva
Resultados
Para apresentação das características dos estudos selecionados, e que compõem esta revisão integrativa, foi elaborado a tabela 1, a qual traz informações sobre o ano de publicação e o periódico, a autoria do artigo, título, delineamento e amostra, objetivo e conclusão.
De acordo com a tabela 1, os 23 artigos selecionados foram publicados no ano de 2020. Esse fato ocorre devido ao período de surgimento do surto pelo novo coronavirus, ter sido registrado em Wuhan, China, em dezembro de 2019,11 e que após reconhecimento pela OMS como pandemia12, a mesma está em andamento com abrangência mundial.
Tabela 1. Características dos estudos selecionados, relativas ao ano, periódico, autoria, título, delineamento e amostra, objetivo e conclusão.
Quanto aos tipos de estudos encontrados, entre os selecionados, 74% (n=17) utilizaram o tipo observacional, sendo 88% (n=15) do tipo transversal e 6% (n=1) prospectivo. Ainda, 13% (n=3) realizaram estudo descritivo e 13% (n=3) apresentaram estudo de abordagem qualitativa.
Outra característica encontrada sobre os artigos selecionados foi o local de realização. Os estudos aconteceram em 15 países diferentes, sendo 95,7% internacional. A Turquia, Jordânia e Espanha se destacam com 13% dos locais de realização do estudo. O Brasil teve uma publicação representando o percentual de 4,3% dos estudos selecionados, e esse foi desenvolvido na cidade de Fortaleza no Ceará.
Para melhor compreensão dos desfechos encontrados nos artigos revisados, foi feito o agrupamento e classificação das variáveis, que resultou na apresentação de quatro categorias: (1) Efeitos relacionado a desordens nas competências emocionais, encontrado em 15 artigos; (2) ao ensino, presentes em 10 artigos; (3) à alimentação, sono e atividade física, em 8 artigos e (4) outras manifestações, descritos em 10 dos artigos da revisão. (Tabela 2)
Tabela 2. Distribuição de frequência de efeitos na rotina dos acadêmicos de ciências da saúde devido distanciamento social por covid-19
Fonte primária: Informações extraídas dos estudos de revisão
Nessa tabela (Tabela 2), foi apresentado a síntese de como o distanciamento social em virtude da pandemia do vírus da Covid-19 afetou a rotina diária de estudantes de ciências da saúde. Também foi apresentado a frequência que cada variável teve entre os artigos.
Discussão
Talvez o maior percentual de estudos presentes na literatura internacional seja justificado no fato de a ocorrência do primeiro caso de infecção por Coronavirus SARS CoV-2 ter sido na China,11e em seguida sua rápida disseminação, agregou características de pandemia com Covid-9, onde os países mais afetados foram os asiáticos e europeus.2 Essas regiões vivenciaram inicialmente essa realidade estudada, o que pode justificar o grande volume de estudos encontrados sobre a temática.
Dos estudos analisados, 17,4% tiveram como público estudado, estudantes de ciências da saúde, e 82,6% para cursos específicos. O destaque ficou para os cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia. Supõe-se que o maior interesse por esses cursos esteja relacionado à preocupação com os alunos que se encontram na posição de futuros profissionais, que em situações de crise pandêmica, possuem maior exposição ao risco de contágio por provável atuação na linha de frente de combate.
O distanciamento social dos estudantes de ciências da saúde, segundo, 65,2% dos artigos analisados, acarretou consequências na competência emocional e, a manifestação da ansiedade esteve presente em 39,1% dos estudantes.
A ansiedade surge em situações de dificuldades de adaptação, já foi percebida em estudantes da área de ciências da saúde quando expostos a situações que por eles são identificadas como risco ou ameaça no ambiente universitário36, muito dos que apresentaram ansiedade, além das mudanças drásticas e necessárias nas modalidades de ensino, foi referida por ter amigos e conhecidos infectados por Covid-19.13
As incertezas no ambiente acadêmico, as medidas de segurança, bem como incerteza do futuro podem ser as causas que levaram estudantes a apresentar depressão, uns de forma moderada outros de forma mais grave.13,17,20,25,31,34
Estudo realizado com universitários em Portugal no início da Pandemia mostrou aumento significativo de ansiedade, depressão e estresse nesses estudantes em relação a anos anteriores, e já se alertava para o agravamento desses quadros, visto que a realidade pandêmica teria previsibilidade de agravamento.37Nosso estudo mostra, que a soma das variáveis estresse, ansiedade e depressão, foram registrados em 87% dos estudos revisados. É importante observar a magnitude dessa informação, pois suas influências, favorecem para o desequilíbrio físico e mental, diminuindo assim o desempenho acadêmico.38
Na categoria que retrata as manifestações sobre os efeitos relacionados ao ensino, em 15,4% dos artigos houve o entendimento de satisfação sobre as mudanças das universidades para as aulas e-leaming, e que as mesmas trouxeram vantagens na interrelação com colegas, professores, facilidade em alguns acessos via tecnologias que não teriam se o ensino fosse presencial.14,21,27,33Esse entendimento de que o ensino e-leaming foi vantajoso, foi manifestado por estudantes que tinham equipamentos e acesso à internet de boa qualidade e que não estavam necessitando cursar aulas práticas.
Em contraponto, 26% manifestaram desvantagem sobre a modalidade do ensino exclusivo online. Mudanças da modalidade de ensino presencial, para modalidade online de forma abrupta e sem planejamento prévio, provavelmente trouxe dificuldades, como financeiras ou tecnológicas e até geográficas, limitado os sinais de internet por exemplo. Também o ensino online não é compatível com aulas práticas. Essas circunstâncias aumentam situações de ansiedade, estresse, depressão, incertezas dentre outras.7
A necessidade de mão de obra para o enfrentamento da pandemia, serviu de argumento para algumas universidades abreviarem o tempo de alguns cursos da área da saúde, antecipando a inserção desses acadêmicos no mercado de trabalho. Esse evento, foi entendido por muitos alunos como uma vantagem ou oportunidade ou ainda valorização pelo papel que exercerá na situação de crise pandêmica.15,16,20
Outra manifestação evidenciada entre os estudantes, refere-se aos problemas relacionados com o sono. Nesse estudo, o distúrbio do sono teve sua frequência apontada por 19,2%, entretanto, ressalta-se que vários estudos dessa revisão, apontaram para inúmeras circunstâncias que estão associadas ao comportamento do sono, como por exemplo, estresse, depressão, preocupações financeiras, medos, distanciamento social, incertezas, mudanças na modalidade de ensino dentre outros. Essas manifestações também são descritas por Blume; Schmidt; Cajochen, Sher,39,40 como fatores associados aos distúrbios do sono.
O distanciamento social também trouxe influências na rotina da atividade física dos estudantes. Em 17,4% dos estudos, observou-se a manifestação de mudanças na sua atividade física, sendo que 75% foi de redução em relação ao período anterior às medidas restritivas. Também houve mudanças nos hábitos alimentares em 8,7% dos estudos. A atividade física moderada a intensa possui forte associação com a qualidade do sono, redução do estresse e bem-estar geral. Assim também, uma alimentação balanceada fortalece o organismo a se manter em equilíbrio, físico, psíquico e imunológico, agregando melhores condições para vida em isolamento social.41,42
Outras manifestações de natureza diversas também foram identificadas. Mas destaca-se os problemas de ordem financeira, e familiares. O somatório do ensino remoto, filhos para cuidar, emprego ameaçado e riscos de serem infectados, desencadeou instabilidade emocionais, sinalizando à necessidade de intervenção, para auxiliar os alunos na superação desse momento de crise pandêmica.21,24,30
Para alguns estudantes, a preferência pela busca do conhecimento e informações sobre a Covid-19 foi através das mídias sociais. Os resultados dessa opção de busca ao invés de meios científicos, pode ser a causa de que 13% dos estudantes apresentaram conhecimento insatisfatório sobre a doença. Associado a isso, pode-se inferir também a falta de habilidades e despreparo para atuação profissional, principalmente pelo fato de ainda não ter concluído efetivamente seu curso.15,23,32
Apesar da pandemia por Covid-19 ter demandado mão de obra além do esperado, a antecipação da inserção na vida profissional de estudantes da área da saúde merece atenção especial. Há necessidade de ser observado a real habilidade e conhecimento sobre a clínica desses alunos e de onde suas fontes de informações são extraídas. Para atuar com seres humanos, mesmo em momentos de crise, é necessário possuir bases sólidas, estruturadas em evidências e na ciência.15
Vale destacar, que 4,2% de uma amostra de estudantes de ciências da saúde admitiu que se caso fosse infectado pelo SARS-CoV-2, faria de tudo para evitar o isolamento social, e também em 8,7% dos estudos, houve demonstração de aluno com resistência ao uso de EPI como estratégia de prevenção à infecção do vírus da Covid-19.23,32São comportamentos, que apesar de representar a minoria dos alunos participantes dos estudos analisados, não devem ser desconsiderados, principalmente por se tratarem de estudantes de ciências da saúde e futuros profissionais, formadores de opiniões.
Conclusão
Essa revisão demonstrou que o distanciamento social influenciou negativamente na rotina dos estudantes de ciências da saúde. A abrangência das influências foi relacionada a múltiplos fatores. Mas se destacam as que provocaram desordens nas competências emocionais, como a ansiedade, depressão, estresse e incertezas sobre o futuro e sobre as consequências da pandemia.
Conhecer como o isolamento social influenciou na rotina dos estudantes de ciências da saúde é relevante para que as universidades desenvolvam programas de suporte para as necessidades apresentadas na realidade atual. Também refletir sobre as consequências da pandemia atual servirá para projetar, nas instituições de ensino superior, programas de enfrentamento para futuras crises epidêmicas, e que auxiliem a minimizar os impactos resultantes da mesma.
Conflito de interesse: Não há conflitos de interesse.
Financiamento: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Referências