Rev Cuid 2018; 9(3): 2435-45
http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v9i3.561 

ARTÍCULO DE REVISIÓN

Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale: avaliação da autoeficácia no gerenciamento da doença crônica

Self-efficacy for Managing Chronic Disease 6-item Scale: assessing self-efficacy in chronic disease management

Self-Efficacyfor Managing Chronic Disease 6-Item Scale: evaluación de la autoeficacia en la gestión de la enfermedad crónica

Larisse Dunke Pereira1, Natalia Veronez da Cunha Bellinati2, Lilia Aparecida Kanan3

1Mestranda em Ambiente e Saúde no Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Saúde – Universidade do Planalto Catarinense. Lages, Brasil, Autor para Correspondência. E-mail: larissedunke@hotmail.comhttps://orcid.org/0000-0002-8767-9954
2Doutora em Fisiologia Humana, Docente do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Saúde – Universidade do Planalto Catarinense. Lages, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8522-5836
3Doutora em Psicologia, Docente do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Saúde – Universidade do Planalto Catarinense. Lages, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6412-0544

Histórico

Recibido: 13 de junio de 2018
Aceptado: 08 de agosto de 2018

Como citar este artigo: Pereira LD, Bellinati NVC, Kanan LA. Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale: avaliação da autoeficácia no gerenciamento da doença crônica. Rev Cuid. 2018; 9(3): 2435-45. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v9i3.561

©2018 Universidad de Santander. Este es un artículo de acceso abierto, distribuido bajo los términos de la licencia Creative Commons Attribution (CC BY-NC 4.0), que permite el uso ilimitado, distribución y reproducción en cualquier medio, siempre que el autor original y la fuente sean debidamente citados.


Resumo

Introdução: Autoeficácia é definida como a crença do indivíduo na sua capacidade de controlar eventos adversos que podem influenciar sua vida, e vem sendo investigada em programas de gerenciamento da doença crônica. Dentre os instrumentos que mensuram a autoeficácia, destaca-se a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale. Assim, esta revisão sistemática teve como objetivo identificar na literatura os estudos que utilizaram a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale como ferramenta para avaliação da autoeficácia. Materiais e Métodos: A busca de artigos foi realizada nas bases de dados Science Direct, PubMed, BIREME, LILACS, SCIELO e Google Acadêmico, utilizando como usando o descritor Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale. Os artigos foram pesquisados manualmente, considerando como critérios de inclusão publicações entre os anos de 2001 e 2017; escritas nos idiomas português, espanhol e inglês; com acesso online do texto completo e estudos que utilizaram a escala como ferramenta para avaliar a autoeficácia. Resultados: Foram encontradas 36 publicações nas bases de dados pesquisadas. Dessas, 15 publicações foram selecionadas conforme critérios de inclusão para esta revisão. Discussão: Observa-se a utilização do instrumento em diferentes contextos, tais como investigar a prevalência de dor; avaliar e implementar programas de autogestão e autogerenciamento da DC; investigar comportamentos de autocuidado, entre outros. É uma escala utilizada em diversas doenças crônicas, traduzida para diferentes idiomas e culturas, fazendo-se importante nos cuidados em saúde. Conclusões: Os estudos apontam que a escala é um instrumento importante e confiável para avaliar a autoeficácia no gerenciamento de diferentes doenças crônicas.

Palavras chave: Autoeficácia; Autogerenciamento; Doença Crônica.


Abstract

Introduction: Self-efficacy is defined as the individual's belief in their ability to control adverse events that may influence their life, which has been researched in chronic disease management programs. Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale is one of the tools that calculate self-efficacy. This systematic review aimed to identify in the literature studies that used Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale as a tool to assess self-efficacy. Materials and Methods: The search for articles was conducted in the Science Direct, PubMed, BIREME, LILACS, SCIELO, and Google Academic databases using the Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6Item Scale as the descriptor. The articles were evaluated manually, considering as inclusion criteria that referred to publications carried out between the years 2001 to 2017 written in Portuguese, Spanish, and English, with online access to the full text and studies that used the scale as a tool to evaluate self-efficacy. Results: 36 publications were found in the analyzed databases, of which 15 publications were selected according to the inclusion criteria for this review. Discussion: The use of the instrument is observed in different contexts, such as researching the prevalence of pain; evaluating and implementing self-management and self-handling programs for CD; researching care behavior, among others. This is a scale used for a variety of chronic diseases, translated into different languages and cultures, which is gaining in importance when it comes to health care. Conclusions: Studies indicate that the scale is an important and reliable tool for assessing self-efficacy in the management of different chronic diseases.

Key words: Self-efficacy; Self-Management; Chronic Disease.


Resumen

Introducción: La autoeficacia se define como la creencia del individuo en su capacidad de controlar eventos adversos que pueden influir en su vida, y se ha venido investigando en programas de manejo de la enfermedad crónica. Entre los instrumentos que calculan la autoeficacia podemos destacar la Self-Efficacyfor Managing Chronic Disease 6-Item Scale. Esta revisión sistemática tuvo como objeto identificar en la literatura los estudios que utilizaron la Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale como herramienta para evaluar la autoeficacia. Materiales y Métodos: La búsqueda de artículos se realizó en las bases de datos Science Direct, PubMed, BIREME, LILACS, SCIELO y Google Académico, utilizando como descriptor la Self-Efficacyfor Managing Chronic Disease 6Item Scale. Los artículos fueron evaluados manualmente, considerando como criterios de inclusión que se refiriesen a publicaciones realizadas entre los años 2001 a 2017, escritas en los idiomas portugués, español e inglés; con acceso online del texto completo y estudios que utilizaron la escala como herramienta para evaluar la autoeficacia Resultados: Se encontraron 36 publicaciones en las bases de datos analizadas, de las cuales, 15 publicaciones fueron seleccionadas según los criterios de inclusión para esta revisión. Discusión: Se observa el uso del instrumento en diferentes contextos, tales como investigar la prevalencia del dolor; evaluar e implementar programas de autogestión y automanejo de la EC; investigar comportamiento de cuidado, entre otros. Esta es una escala que se utiliza para diversas enfermedades crónicas, traducida a diferentes idiomas y culturas, y que gana importancia en lo que respecta a los cuidados de salud. Conclusiones: Los estudios señalan que la escala es un instrumento importante y confiable para evaluar la autoeficacia en el manejo de diferentes enfermedades crónicas.

Palabras clave: Autoeficacia; Autogestión; Enfermedad Crónica.


INTRODUÇÃO

A autoeficácia é identificada como um fator importante no comportamento e gerenciamento dos resultados de saúde em pacientes com doença crônica (DC)1. É definida como a crença na capacidade do indivíduo para mobilizar a motivação necessária, recursos cognitivos e comportamentos para executar tarefas importantes, como por exemplo, no gerenciamento das DC2.

As DC são consideradas um dos mais desafiadores problemas da saúde pública global3, relacionadas a múltiplos fatores etiológicos, como sedentarismo, alimentação inadequada, uso de tabaco e consumo de álcool3. Caracteriza-se por agravos prolongados e que requerem gerenciamento por parte dos profissionais de saúde, familiares e pelo próprio indivíduo4. As DC são responsáveis por um elevado número de mortes em todo o mundo, principalmente quando se trata das DC não transmissíveis, como o câncer, doenças pulmonares crônicas e doenças cerebrovasculares3,5.

O gerenciamento de DC transmissíveis e não transmissíveis é reconhecido como um componente importante nos cuidados de saúde, havendo um crescente interesse de estratégias voltadas a ele6. Deve ser um processo dinâmico, interativo e diário, em que o indivíduo se empenha para administrar ou conduzir uma doença6. As DC geralmente são complexas e desafiadoras e, por essa razão, instrumentos e programas de gerenciamento vêm sendo planejados e implantados com o objetivo de melhorar os resultados desses indivíduos com DC, tais como diabetes7, doenças cardíacas8, depressão9, asma10, hipertensão11.

Há um crescente interesse em avaliar a autoeficácia nas práticas em saúde, por ser um indicador que pode prever informações acerca da qualidade do autogerenciamento ou da adesão de pacientes com doenças crônicas a programas de saúde, auxiliando no atendimento de profissionais da área da saúde, no uso de medicamentos e controle de sintomas relacionados à enfermidade2. Uma das formas de mensurar a autoeficácia na DC é através da Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale (SEMCD-6), criada por Lorig et al., 200112. A SEMCD-6 é uma escala comumente usada para avaliar a autoeficácia em indivíduos com DC e, também, em programas de autogerenciamento de diferentes DC12. Diante disso, o objetivo da presente revisão sistemática foi identificar na literatura os estudos que utilizaram a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale como ferramenta para avaliação da autoeficácia.

MATERIAIS E MÉTODOS

A revisão sistemática foi realizada conforme os Principais Itens para Análises Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA Statement)13, com o objetivo de identificar os estudos que utilizaram a SEMCD-6 como ferramenta para avaliação da autoeficácia.

Para a coleta dos dados, foi utilizado o acrônimo PICO, em que: “P”- Population, especifica qual a população em foco, “I”- Intervention, define qual o tipo de intervenção estamos testando, “C”- Comparison, identifica qual é o grupo controle que será testado juntamente com a intervenção, e “O”- Outcome, identifica os desfechos que foram avaliados. Essa estratégia direcionou questões norteadoras para a busca de dados, evitando informações desnecessárias14. O uso dessa estratégia para conduzir a revisão sistemática possibilita a identificação de palavras-chave e a localização de estudos primários relevantes nas bases de dados14.

O primeiro elemento da estratégia (P), equivale aos doentes crônicos, o segundo (I) ao gerenciamento da DC; o quarto (O) identificar os estudos que usaram o instrumento em DC. É importante lembrar que dependendo do método de revisão, não se aplica todos os elementos da PICO. Na presente revisão, o terceiro elemento, ou seja, a comparação, não foi utilizada.
A busca de artigos foi realizada bases de dados Science Direct, PubMed, BIREME, LILACS, SCIELO e Google Acadêmico entre os meses de julho e agosto de 2017, usando o descritor “Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale”. Os artigos foram pesquisados manualmente, considerando como critérios de inclusão: publicações entre os anos de 2001 e 2017; escritos em idioma português, espanhol e inglês; com acesso online do texto completo e estudos que utilizaram a escala como ferramenta para avaliar a autoeficácia. Foram respeitados os princípios éticos durante a busca, bem como, os direitos autorais e referências. Livros, teses, dissertações, citações e notas editoriais foram excluídos. Num primeiro momento, os estudos foram selecionados pelo título e resumo; posteriormente, analisados na íntegra pelas autoras. Os dados extraídos dos artigos incluíram nome do autor e ano da publicação, país, população, objetivo principal do estudo, resultado principal e conclusão.

A inclusão dos artigos foi realizada conforme os Principais Itens para Análises Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA Statement)13. Os estudos passaram por um check list no qual, no mínimo, sete (07) dentre todos os itens foram atendidos e, se assim fossem pertinentes, entravam na revisão.

RESULTADOS

Um total de 36 publicações foram identificadas nas bases de dados pesquisadas, no entanto, 11 publicações apresentaram duplicidade. Assim, foram selecionadas 25 publicações para análise do texto completo seguindo os critérios de inclusão. Não houve acesso gratuito à apenas uma das publicações; cinco (5) não usaram a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale (SEMCD-6), três (3) não forneceram dados suficientes para inclusão na presente revisão e um (1) usou a SEMCD-6 como referência para adaptar outro instrumento. Em razão disso, para a presente revisão foram selecionadas 15 publicações, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1. Diagrama dos estudos selecionados no processo de revisão sistemática

Fonte: Elaboração própria (2018).

Os artigos analisados tinham os seguintes objetivos: investigar a prevalência de dor; avaliar e implementar programas de autogestão e autogerenciamento da doença crônica (DC); explorar as propriedades psicométricas do instrumento; investigar comportamentos de autocuidado; examinar a autoeficácia na qualidade de vida e saúde em hipertensos, síndrome da fadiga crônica, depressão e na melhoria do atendimento ao paciente; comparar a autoeficácia em indivíduos com Esclerose múltipla e outras DC, conforme apresentado no Quadro 1.

Quadro 1. Estudos que utilizaram a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale (SEMCD-6) incluídos na revisão

Fonte: Elaboração própria (2018).

DISCUSSÃO

A presente revisão sistemática permitiu verificar que poucos estudos foram encontrados desde a busca inicial (36), e apenas 15 estudos atendiam aos critérios de inclusão propostos. O principal critério de inclusão foi ter utilizado a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale (SEMCD-6) como instrumento para avaliar autoeficácia, seguido pela disponibilidade do texto completo online. Esses dois critérios de inclusão podem ser caracterizados como aspectos limitadores do estudo.

A revisão sistemática de estudos que utilizaram a SEMCD-6 mostrou produções relevantes sobre a temática, conduzidas em diferentes países, como EUA, Reino Unido, China, Canada, África do Sul, Suíça, Alemanha e Austrália. Por meio dos artigos selecionados, também foi possível observar que a SEMCD-6 vem sendo utilizada para avaliar a autoeficácia em diferentes DC, como HIV15,16, câncer de mama17, Parkinson18, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)19, Insuficiência Cardíaca20, Hipertensão21, Esclerose Sistêmica22, artrite, asma, depressão e Diabetes Mellitus23.

A DC refere-se a condições de saúde de longa duração, em que as taxas de cura são baixas, requerendo adaptação do indivíduo frente as mudanças que surgem em sua vida ao longo do tempo, convivendo com as limitações por vezes impostas pela doença24. Em razão do aumento dos casos de DC e da necessidade do indivíduo em gerenciar sua doença, que por vezes é complexa e desafiadora25, programas que envolvem autogerenciamento são importantes quando se tem em perspectiva cuidados à saúde26. Tais programas podem melhorar o autocuidado dos pacientes e melhorar o gerenciamento de sua condição, como no uso de medicamentos, uso de serviços de saúde, aumento da autoconfiança em realizar suas atividades e comportamentos positivos em relação a DC25. A literatura evidencia que uma maior autoeficácia pode estar relacionada com um melhor desempenho no autocuidado e gerenciamento da DC10,24,27.

O estudo de Willians et al28, mostra que um programa de autogerenciamento pode gerar tendências positivas após quatro meses de intervenção em relação a autoeficácia. Parker et al16, destacam que as mulheres Xhosa com HIV que relatavam dor, apresentavam uma menor autoeficácia e qualidade de vida quando comparadas as com HIV, mas sem dor. Ao comparar grupos com DC e um grupo com Esclerose Sistêmica, percebeu-se que a maioria dos indivíduos com Esclerose Sistêmica relatou menor autoeficácia com relação aos grupos com DC, o que remete a necessidade de intervenções de autocuidado destinadas a esses indivíduos22. Em outro estudo com indivíduos com asma, artrite, depressão, DPOC, insuficiência cardíaca congestiva e diabetes mellitus, que foram recrutados e submetidos a intervenções com objetivo de melhorar a autoeficácia, constataram evidências que os indivíduos com mais sintomas depressivos pareceram ser mais propensos ao ganho de autoeficácia23.

Lorig et al., 200112 desenvolveram a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale (SEMCD-6) para avalição da autoeficácia na DC. Ela mensura a confiança do indivíduo em relação à sua capacidade de gerenciar ou lidar com dor, sofrimento emocional, fadiga e outros sintomas, além do uso medicamentos, de forma a reduzir o impacto de sua doença e a necessidade de consultar um médico12. O indivíduo é convidado a avaliar se sente seguro para realizar certas tarefas no momento atual. As respostas são classificadas em uma escala numérica, variando de 1 (nada confiante) a 10 (totalmente confiante). A pontuação para a escala é a média de todas as pontuações dos 6 itens. Quanto maior a pontuação, maior a avaliação da autoeficácia1,12.

Nota-se que a SEMCD-6 foi traduzida para diferentes idiomas e culturas. Sua versão original é no idioma inglês12, no entanto, há versões traduzidas também em espanhol1, chinês29, persa30, alemão31, Xhosa (idioma oficial da África do Sul)16 e idioma português brasileiro32. Dentre todas as versões, a versão no idioma português brasileiro é a única que até o momento não foi adaptada culturalmente e validada.

O processo de adaptação transcultural de um instrumento já elaborado apresenta vantagens, já que, na maioria das vezes, os itens que o compõem já foram avaliados quanto a propriedades psicométricas, equivalências e confiabilidade em diferentes culturas33. A adaptação de instrumentos requer, além da tradução ao idioma proposto, adequação as características da população desejada34. Uma escala adaptada culturalmente em diferentes países possibilita a comparação de estudos em nível internacional.

Os estudos que examinaram as propriedades psicométricas da escala mostraram que a SEMCD-6 é um instrumento válido e confiável para avaliar a autoeficácia em indivíduos com DC30,31. Benefícios também foram identificados em relação aos programas de autogerenciamento17,26,28.

Com relação aos programas de autogerenciamento apresentados nos artigos, estes apresentaram impactos positivos, tanto na comunidade como em outros setores de saúde17,28. Esses programas podem gerar aspectos favoráveis e que são observados no enfrentamento da DC, na melhoria do atendimento ao paciente, no autocuidado e aumento da autoeficácia35. Nota-se que programas de autogerenciamento revelaram bons resultados, relacionando uma maior autoeficácia ao comportamento de autogerenciamento e autocuidado20,26, e também identificando quais pacientes necessitariam de um suporte adicional para tal, atendendo necessidades específicas dos pacientes e, assim, favorecer a qualidade dos cuidados à saúde19,22.

Destaca-se também o achado de que o apoio e incentivo da família ou pessoas próximas e profissionais da área da saúde são considerados como fatores importantes no gerenciamento da DC. Além disso, a autoeficácia tem se mostrado um bom preditor de comportamento24.

Nesse sentido, a escala SEMCD-6 pode ser considerada uma ferramenta válida para avaliação da autoeficácia no gerenciamento da doença crônica, podendo ser adotado em contextos de saúde com a finalidade de cuidados e ações em saúde. As ações e cuidados voltados à saúde devem ser integradas e direcionadas para os principais problemas em interesse36. Uma das formas para melhoria dessas ações em saúde e cuidados é através da educação em saúde, envolvendo responsabilidade compartilhada entre os profissionais, sistemas de saúde e pacientes, podendo promover um suporte aos pacientes com doença crônica e melhorando o gerenciamento da mesma36.

CONCLUSÕES

A presente revisão possibilitou identificar que a Self-Efficacy for Managing Chronic Disease 6-Item Scale é um instrumento importante e confiável para avaliar a autoeficácia no gerenciamento de diferentes doenças crônicas.

Observou-se que não há até o presente momento uma versão da escala na língua portuguesa brasileira, o que realça a necessidade de construir instrumentos confiáveis para o contexto brasileiro, auxiliando dessa forma no gerenciamento das DC.

Conflito de interesses: Os autores declaram não ter nenhum conflito de interesses.

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