VOL. 11 Nº 1 ENERO – ABRIL 2020 BUCARAMANGA, COLOMBIA
E-ISSN: 2346-3414
ARTÍCULO DE INVESTIGACIÓN
Sentimentos vivenciados por discentes durante as práticas: implicações no processo de aprendizagem
Feelings experienced by students during internships: implications for the learning process
Sentimientos experimentados por estudiantes durante las prácticas: implicaciones en el proceso de aprendizaje
Kalila Araujo Santos1, Alba Benemérita Alves Vilela2, Ana Cristina Santos Duarte3, Nayara Mendes Cruz4, Kay Amparo Santos5, Sheylla Nayara Sales Vieira6
1Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC. Jequié, Bahia, Brasil. E-mail: kalilaa.araujoo@gmail.com https://orcid.org/0000-0003-3906-1321
2Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB. Jequié-Ba, Brasil. E-mail: albavilela@gmail.com https://orcid.org/0000-0003-2110-1751
3Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB. Jequié-Ba, Brasil. E-mail: tinaduarte2@gmail.com https://orcid.org/0000-0002-3537-9095
4Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da UESB. Jequié-Ba, Brasil. E-mail: nayaramendescruz@hotmail.com https://orcid.org/0000-0001-5097-3685
5Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da UESB. Docente do Curso de Enfermagem da FTC. Jequié-Ba. E-mail: kayamparo@hotmail.com https://orcid.org/0000-0001-7732-4298
6Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC. Jequié-Ba, Brasil. Autor de Correspondência. E-mail: enfsheylla@gmail.com https://orcid.org/0000-0003-0761-2512
Histórico
Recibido: 14 de febrero de 2019
Aceptado: 20 de septiembre de 2019
Como citar este artigo: Santos KA, Vivela ABA, Duarte ACS, Cruz NMC, Santos KA, Vieira SNS. Sentimentos vivenciados por discentes durante as práticas: implicações no processo de aprendizagem. Rev Cuid. 2020; 11(1): e774.http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.774
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Introdução: A realização de aulas práticas na área da saúde é comum e obrigatória, articulando à formação do discente, sua importância é reconhecida pelos próprios acadêmicos e pelas instituições formadoras, além de ser fonte de inquietações e conflitos para estes. Diante desse contexto, buscou-se descrever os sentimentos vivenciados por acadêmicos de enfermagem durante as aulas práticas hospitalares. Materiais e Métodos: Pesquisa qualitativa, exploratória descritiva. Coleta de dados realizada em maio de 2017 através de entrevista semiestruturada com doze discentes do curso de graduação em enfermagem. A análise de dados se deu através do Discurso do Sujeito Coletivo após serem observados todos os aspectos éticos e legais disciplinados pelas Resoluções nº 466/12. Resultados: Os discentes vivenciam inúmeros sentimentos, tais como, medo, ansiedade, felicidade e frustrações, além da constante preocupação em relacionar teoria e prática. Discussão: As aulas práticas são momentos de transformação no modo de agir e pensar dos discentes, ocasião em que adquirem experiências que levarão para toda vida profissional. Conclusões: Durante as aulas práticas os discentes passam por momentos de aflição, mas também de aprendizagem sendo, portanto, necessário repensar o processo de ensino e aprendizagem neste contexto.
Palavras chave: Ensino; Estudantes; Emoções; Aprendizagem.
Introduction: Practical healthcare classes are common and mandatory to articulate the education of students. The importance of practical classes is acknowledged by both academics and educational institutions as a source of concerns and conflicts for both parties. In light of this situation, this study aimed at describing the feelings that nursing academics experience during practical classes at hospitals. Materials and Methods: a descriptive exploratory qualitative method study for which data was collected in May 2017 through a semi-structured interview with twelve undergraduate nursing students. Data analysis was done using the Discourse of Collective Subject after reviewing all the ethical and legal matters regulated by Resolution no. 466/12. Results: Students experience countless feelings such as fear, anxiety, happiness and frustration, besides constant concern to relate theory and practice. Discussion: Practical classes are transformation spaces for students’ way of acting and thinking as it is the time when they gain experiences that will support them during their entire professional life. Conclusions: During practical classes, students get through distress times, but also learning times. Consequently, it is necessary to rethink the teaching and learning process in this context.
Key words: Teaching; Students; Emotions; Learning.
Introducción: Las clases prácticas en el área de la salud es común y obligatoria, ya que estas articulan la formación del estudiante. La importancia de las clases prácticas es reconocida tanto por los académicos como por las instituciones de formación, además de ser fuente de inquietudes y conflictos para ambas partes. Frente a esta situación, se buscó describir los sentimientos que los académicos de enfermería experimentan durante las clases prácticas hospitalarias. Materiales y Métodos: Estudio cualitativo, exploratorio descriptivo. Recolección de datos realizada en mayo de 2017 a través de una entrevista semiestructurada con doce estudiantes del curso de pregrado en enfermería. El análisis de los datos se hizo a través del Discurso del Sujeto Colectivo después de observar todos los aspectos éticos y legales regulados por las Resoluciones nº 466/12. Resultados: Los estudiantes experimentan innumerables sentimientos, tales como, miedo, ansiedad, felicidad y frustraciones, además de la constante preocupación por relacionar la teoría y la práctica. Discusión: Las clases prácticas son momentos de transformación en cuanto al modo de actuar y pensar de los estudiantes, es el momento en el que adquieren experiencias que los acompañarán durante toda su vida profesional. Conclusiones: Durante las clases prácticas los estudiantes pasan por momentos de aflicción, pero también de aprendizaje, por lo que es necesario repensar el proceso de enseñanza y aprendizaje en este contexto.
Palabras clave: Enseñanza; Estudiantes; Emociones; Aprendizaje.
Os pressupostos teórico-práticos que fundamentam todo o processo educativo parte da condição humana como sujeito do conhecimento inacabado, que deseja aprender, construir e compreender a necessidade de que é preciso elaborar e investir, constantemente, na sua atuação no mundo, assimilar novos conhecimentos e atualizar os saberes já existentes. “É essa capacidade de atuar, operar e transformar o ambiente social que faz do homem um ser da práxis, em constante ação e reflexão1”.
Assim, a educação se consolida na transformação do ser que, ao mesmo tempo em que intervém na realidade, é transformado por ela, logo este ser deve ser ativo e reflexivo. Educar então requer a inter-relação dos atores envolvidos nesse processo, isso se justifica, pois, por meio da interação, constrói-se o novo e gera-se uma dinâmica adaptativa, a partir do que é significativo para o aluno1.
O Código de Ética de Enfermagem conceitua essa profissão como um conjunto de práticas sociais, éticas e políticas, circunscritas no âmbito do ensino, pesquisa e assistência. Tem como função a prestação de serviços à pessoa, à família e à coletividade no ambiente em que vivem, considerando as variáveis que permeiam sua realidade cotidiana. A atuação do profissional de enfermagem envolve intervenções de caráter multiprofissional e interdisciplinar, cuja dinâmica de trabalho exige, frequentemente, a habilidade em lidar com situações e conflitos presentes em seus relacionamentos com a equipe, com os pacientes e familiares, tornando-os vulneráveis ao desenvolvimento de problemas que afetam sua saúde física e mental2.
Considerando assim, que a qualificação profissional dos alunos é um componente fundamental no processo de transformação da realidade no contexto dos serviços de saúde, espera-se que as práticas e a formação desenvolvidas durante sua trajetória de discente potencialize um atendimento seguro, proporcionando também capacidade para resolução de problemas bem como uma consciência profissional de excelência, voltado sempre para um cuidado integral e singular3.
Sendo assim, a formação de um profissional para atuação no mercado de trabalho e com competências socioemocional para mediar conflitos não pode ser marcada apenas pela teoria, é preciso que o discente amplie horizontes teórico-práticos, conheça seu espaço de atuação e é na aula prática que se encontra a oportunidade do estudante expandir conhecimentos, associando a teoria ao fazer prático4.
A realização de aulas práticas na área da saúde é comum e obrigatória, articulando à formação do discente, sua importância é reconhecida pelos próprios acadêmicos e pelas instituições formadoras, além de ser fonte de inquietações e conflitos para estes5.
De forma geral, é no momento das práticas que o acadêmico se depara com vários sentimentos que podem influenciar tanto de forma positiva como negativa o seu desenvolvimento durante o processo de avaliação4. Medo, ansiedade, apatia, insegurança, angustias, tensões, são alguns dos sentimentos que influenciam todo o processo, sendo assim, este é um momento de transformações intensas no seu modo de agir e pensar.
As atividades práticas realizadas não se limitam ao aperfeiçoamento das técnicas e procedimentos, elas objetivam também, desenvolver no discente a capacidade de entendimento pessoal, autoconhecimento, auxiliando-o a reconhecer e manifestar a sua própria identidade profissional. Portanto, esse campo de estudo possibilita aos mesmos desenvolverem uma opinião crítica e uma reflexão das formas de atuação profissional, contribuindo para posteriores tomadas de decisões mais conscientes e adequadas à realidade de cada instituição3.
Este estudo se justifica pela necessidade de se repensar o processo de ensino e aprendizagem, especialmente no que tange as aulas práticas, momento em que os discentes lidam diretamente com seu objeto de trabalho, que neste caso é o ser humano. O estudo possui ainda grande relevância acadêmica, pois permite conhecer melhor as tensões vivenciadas pelos discentes, colaborando assim para a melhoria do processo de ensino e consequentemente melhoria do cuidado ao paciente.
Diante disso, o estudo tem como objetivo descrever os sentimentos vivenciados por acadêmicos de enfermagem durante as aulas práticas desenvolvidas em ambiente hospitalar durante o curso de graduação em enfermagem.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa do tipo exploratório descritivo, que possibilita compreender através das entrevistas realizadas com os discentes os sentimentos vivenciados por estes durante as aulas práticas do curso de graduação em Enfermagem.
Participaram do estudo 12 estudantes de uma instituição de ensino superior situada na região Sudoeste da Bahia, que atenderam ao critério de saturação das falas, no qual, consiste em considerar o conteúdo satisfatório, com base na repetição das informações, de maneira a não se obter novos dados. A priori, estabeleceu-se um número de 20 participantes para o estudo, entretanto, no decorrer da coleta observou-se repetição de conteúdo das entrevistas coletadas.
Foram incluídos no estudo apenas os discentes com idade superior a 18 anos e que estivessem matriculados regularmente entre o 4º e 9º semestre do curso, pois estes têm a vivencia das aulas práticas. A coleta de dados ocorreu por meio da utilização de um roteiro de entrevista semiestruturado, contendo perguntas fechadas para a caracterização dos participantes do estudo e perguntas abertas relacionadas ao tema da pesquisa. Os participantes foram abordados nas instalações da instituição de ensino, e aceitando participar da pesquisa, a entrevista era agendada conforme disponibilidade destes.
No registro das falas, após esclarecimento e permissão da participante, utilizou-se gravador com a finalidade de reproduzir de maneira fidedigna os depoimentos elaborados e possibilitar a análise criteriosa dos conteúdos.
As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. Após a transcrição foram analisadas minunciosamente através da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), essa técnica de análise de dados possibilita conhecer e descrever as opiniões de caráter descritivo onde apresentam sentidos semelhantes ficando agrupados em categorias semânticas gerais, formando um único discurso, porém com representatividade coletiva6.
Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e foi observado todos os aspectos éticos e legais disciplinados pela Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, com aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (CEP UESB), através da Plataforma Brasil com o parecer favorável número 1.516.792.
RESULTADOS
Compuseram os resultados deste estudo doze discentes com a faixa etária entre 20 a 50 anos, sendo 58% do sexo feminino e 41% do sexo masculino, cursando do 4º ao 9º semestre do curso graduação em Enfermagem.
As experiências levantadas durante a pesquisa foram abrangentes, e os entrevistados externaram várias sensações e sentimentos relacionados às aulas práticas. A coleta dos dados permitiu a construção de três discursos coletivos, que evidenciou sentimentos vivenciados pelos discentes nas aulas práticas.
Discurso 01 – Capacidade teórico/prático para o desenvolvimento das técnicas.
Tive aquele sentimento de saber se tudo o que você aprendeu na teoria vai colocar em prática, se ia realmente conseguir fazer essa junção. Senti muito nervoso, insegurança, pois mesmo tendo noção da prática, tem que juntar a teoria. O estágio é onde a gente analisa tudo que aprendeu e se realmente está fazendo da forma correta. A nossa realidade não é a mesma, teoria andando lado a lado com a prática, então a gente acaba tendo esse medo, de não conseguir suprir essas necessidades.
No primeiro discurso a ideia central apresenta sentimentos referentes à relação teoria e prática, composto por sete dos entrevistados. Ficam evidente os sentimentos de medo, insegurança, nervosismo, expectativas, frustrações. Estes sentimentos são esperados e necessários para que os mesmos evoluam e aprendam a desenvolver competências e habilidades direcionadas ao desenvolvimento teórico – prático.
Discurso 02 – Implicações relacionadas ao sofrimento do Paciente.
O Hospital é um ambiente em que as pessoas têm uma fragilidade, uma sensibilidade por estar doente, eu não sabia como iria chegar como poderia conversar com a pessoa. O estágio traz consigo várias vertentes: medo, frustrações, professores, tive ansiedade, um sentimento de dor, de tristeza, por ver o paciente naquela situação, mais vem também alegria de poder estar passando alegria para o paciente, não que vai melhorar o quadro clinico do paciente, mas ele vai se sentir melhor. Tem aquele sentimento da gente poder prestar alguma ajuda de pena, também às vezes. Quando você chega em casa a sua mente não consegue desligar do que foi visto no hospital, você sempre leva para casa.
A ideia central apresentada no discurso acima aponta sentimentos relacionados ao sofrimento do paciente, o discurso foi composto por quatro dos entrevistados, que relataram tristeza, dor e piedade por ver pacientes em determinadas situações, porém muitos deles também referiram sentir alegria em poder ajudar ao próximo, sendo importante para que se tenha uma reflexão crítica da realidade e do que se pode encontrar na futura profissão.
Discurso 03 – Sentimentos e perspectivas de aprendizagem.
No primeiro contato tem aquela questão do novo, então de início tem aquele choque, aquela apreensão, bate uma ansiedade, insegurança, porque eu não sabia o que iria encontrar lá, mais eu estava empolgada, feliz, animada, apaixonada, pois ali era meu primeiro momento, para pegar uma seringa, para administrar um medicamento, fazer um curativo, então, eu achei interessante, aí vem à curiosidade em saber se realmente a teoria anda junto com a prática, quanto a isso me sentir muito segura, pois a professora estimulou bastante a irmos para o estágio já sabendo tudo das técnicas, então percebi que não é aquele bicho de sete cabeças que só vem para somar na nossa caminhada ao longo da faculdade.
Nos discursos sobre sentimentos e perspectivas de aprendizagem as ideias centrais se firmam em sentimentos relatados por sete dos entrevistados. A entrada do acadêmico em situações desconhecidas como um campo de prática em um hospital ou unidade básica de saúde desencadeia sentimentos diversos como ansiedade, insegurança, apreensão, empolgação por estar vivenciando algo novo, novas oportunidades, permitindo o desenvolvimento profissional e a consolidação de conhecimentos adquiridos no transcorrer do curso, por meio da relação teoria-prática. E ainda, a dinâmica exigida, o tempo destinado à permanência no campo de prática e a necessidade de determinadas habilidades, podem ser encarados como somatórios aos sentimentos relatados. Enfim, os discursos apresentam sentimentos desenvolvidos pelos discentes nas aulas práticas.
DISCUSSÃO
A percepção e a reflexão sobre os sentimentos dos acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem acerca da primeira prática são de suma importância para o processo de formação do futuro profissional. É no período de realização das práticas que os discentes experimentam uma vivência diversificada, desencadeando sentimentos diversos que repercutem de forma positiva ou não a depender do contexto, sendo deste modo, relevante para a aprendizagem.
No momento em que são postos a enfrentar as rotinas dos serviços de saúde, os discentes experimentam os mesmos desafios enfrentados pelos profissionais, e neste momento necessitam agir com a razão ao contrário da emoção, visto que, estão sendo responsáveis pelo cuidado com o outro.
Diante do que foi relatado nos discursos, é possível observar que no primeiro momento os discentes sentem o primeiro impacto, desenvolvendo sentimentos como medo, frustração, ansiedade, insegurança, “que podem ser explicados pela entrada brusca dos mesmos numa situação desconhecida, podendo comprometer a sua atuação, bloqueando a ação de cuidar efetivamente do paciente7”.
Estímulos de enfrentamento das experiências estabelecidas pela relação de contado direto com o paciente evidenciam a necessidade de preparar o discente para lidar com as diversas situações, mostrando-os que são diferentes de uma prática instituída no laboratório da instituição acadêmica entendendo que existe a carência de um melhor preparo do acadêmico, contudo essas experiências acabam por contribuir para que o processo de aprendizagem se torne menos assustador, além disso, essa interação permite ao discente o preparo para uma atuação profissional mais segura8.
“O estágio deve ser um momento de síntese dos conteúdos, das matérias de ensino, das teorias de aprendizagem e das experiências pessoais, bem como deve constituir-se em um processo de reflexão-ação-reflexão4”. É no momento da prática que o discente consegue elucidar o aprendizado adquirido em sala de aula, conseguindo desenvolver as técnicas corretamente, chegando mais próximo da realidade de atuação da profissão escolhida.
O desempenho da teoria durante a prática faz com que o acadêmico desenvolva sentimentos ambíguos, como a tristeza de ver o paciente em situações de fragilidade e ao mesmo tempo o sentimento da alegria de poder proporcionar um conforto ao cuidar do próximo.
É necessário para o discente expor o que sente em relação ao contato direto com os pacientes, podendo assim ter a segurança de conversar com o professor para que possa ser ouvido e compreendido, fazendo com que identifique os seus erros, mas também perceba os seus acertos dentro do campo de prática, assim percebendo que existe uma confiança entre professor aluno, o mesmo irá expressar seus sentimentos e aflições acerca dos estágios3.
O discente ao se posicionar no lugar do paciente e sua família acaba por desenvolver sentimentos como dor e sofrimento, onde através do conhecimento vivenciado em um campo prático, desencadeia percepções críticas acerca da profissão. Através do contexto em que o discente está inserido, estabelece-se uma relação entre o seu paciente bem como com o seu docente supervisor, atingindo consequentemente o seu emocional refletindo assim na realização das técnicas no momento da assistência9. Partindo deste pressuposto, o acadêmico desenvolve uma necessidade de apoio das pessoas que convivem próximos a ele ajudando-o a superar as dificuldades encontradas.
Incluído à concepção de que a temporada de aulas práticas é um momento em que os discentes passam por transformações tanto no instante de exercer a prática como na sua forma de refletir sobre a mesma. É durante este processo que aprimorarão suas competências práticas e científicas como também propiciará o acadêmico ter uma nova visão acerca da vida, seja por postura ética ou social.
As limitações do estudo correspondem ao local pesquisado restrito a apenas uma instituição de ensino, contudo, traz informações importantes que podem motivar novas pesquisas em contextos geográficos mais amplos.
CONCLUSÕES
O estudo permitiu a identificação dos sentimentos dos discentes sobre as aulas práticas, demonstrando que estes passam por momentos de aflição, transformação e aprendizado além de maior aproximação com a prática laboral da profissão. Acreditamos que este momento deve ser repensado e analisado dentro do processo educativo, pois o estudo revela que os discentes ainda se sentem desprotegidos, inseguros e pouco acolhidos neste momento inicial e decisivo no seu processo de formação.
Conflito de interesses: Os autores declaram que não houve conflitos de interesse.
REFERÊNCIAS