Estresse percebido em mulheres com síndrome metabólica: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.15649/cuidarte.2634Palabras clave:
Síndrome Metabólica, Dislipidemias, Obesidade Abdominal, MulheresResumen
Highlights:
A síndrome metabólica (SM) é responsável por elevar o risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
A SM pode ser considerada como uma sindemia ou complexo sindrômico, na qual uma ou mais alterações clínicas interagem entre si de forma sinérgica, sendo capaz de causar eventos cardiovasculares.
Sabe-se que a Atenção Primária à Saúde se articula como um sistema de saúde que pode contribuir na prevenção e controle da SM, uma vez que possui uma equipe interdisciplinar e multiprofissional em saúde.
É importante reafirmar que a promoção da saúde e o incentivo de mudanças de comportamentos de saúde deletérios como inatividade física, tabagismo, alcoolismo e o consumo de alimentos gordurosos são ferramentas terapêuticas não farmacológicas essenciais para a redução da morbimortalidade ocasionada pela SM.
Introdução: o estresse percebido foi sugerido como um fator de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM). No entanto, pouco se sabe desta associação entre mulheres. Objetivo: avaliar o estresse percebido em mulheres com SM. Materiais e Métodos: estudo transversal, a partir do recorte de um ensaio clínico não-randomizado, com pacientes de um centro de saúde público (RBR-43K52N). A variável de desfecho foi a SM, utilizando os critérios do NCEP/ATPIII. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, bioquímicos, hemodinâmicos e aplicação da PSS. Resultados: A amostra constituiu-se de 75 mulheres acometidas por SM (47,69±8,15 anos de idade; 155,65±0,07 cm; 82,43±17,79 kg; IMC de 33,54±7,28). Encontrou-se valores elevados de RCQ entre as mulheres estressadas e não-estressadas. A pontuação média da PSS foi de 27,73±9,17. Nos agrupamentos, verificou-se diferença significativa para PSS entre as mulheres estressadas e não-estressadas (35,24±5,22 e 20,42±5,53, respectivamente; p=0,001). Observou-se também que mulheres estressadas tinham níveis mais elevados de triglicerídeos e níveis mais baixos de HDL-c quando comparadas com mulheres não estressadas, embora sem diferença estatística. Discussões: Os achados sugerem que as mulheres categorizadas como estressadas tinham maior pontuação da PSS, níveis mais elevados de triglicerídeos e níveis mais baixos de HDL-c quando comparadas com mulheres não estressadas. Conclusões: a pontuação da PSS foi significativamente maior entre mulheres com parâmetros lipídicos da SM alterados, com menores níveis de HDL- e aumento de triglicerídeos.
Como citar este artigo: Barros, Vinicius Santos; de Araújo, Wilkslam Alves; de Jesus, Marcos Vinicius Santos; Damaceno, Taynnan de Oliveira; Rocha, Roseanne Montargil; Fernandes, Josicélia Dumêt; Rosa, Randson Souza; Santos, Isleide Santana Cardoso. Estresse percebido em mulheres com síndrome metabólica: um estudo transversal. Revista Cuidarte. 2023;14(1):e2634. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2634
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