Processo de morte/morrer de pessoas com HIV/AIDS: perspectivas de enfermeiros

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.15649/cuidarte.v8i3.414

Palabras clave:

Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, HIV, Morte, Enfermeiras e Enfermeiros.

Resumen

Introdução: A AIDS ainda é uma doença com uma elevada taxa de óbitos, devendo os profissionais que atuam principalmente nos serviços de internamento estarem aptos a cuidar dos pacientes soropositivos, assim como estarem preparados para as perdas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi compreender as perspectivas de enfermeiros em relação ao processo de morte e morrer de pessoas que vivem com HIV/AIDS. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, qualitativo, desenvolvido com 41 enfermeiros que atuavam em serviços de Infectologia na cidade de Recife, Brasil. Realizou-se uma entrevista semiestruturada e os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo. Resultados: Para os enfermeiros, foi possível perceber que a morte é representada por conceitos ligados à ideia de finitude, passagem e dúvida. Observou-se que processo de morte/morrer de pessoas com AIDS está permeado pela não aceitação da doença, assim como a falta de adesão ou o uso indevido da terapia antirretroviral, e ainda a comportamentos de riscos, aumentando a probabilidade do paciente sucumbir à doença ou desencadear infecções oportunistas. Discussão: Tal situação reflete nos enfermeiros sentimentos de tristeza quando ao se depararem com a perda de seus pacientes.  Conclusões: Os enfermeiros demonstram ter esperança que o paciente vai se estabilizar e ter uma melhora no estado geral, e, consequentemente, continuar o tratamento, porém, quando isto não acontece, devem estar preparados para lidar com este momento de dor e perda.

Como citar este artigo: Angelim RCM, Brandão BMGM, Freire DA, Abrão FMS. Processo de morte/morrer de pessoas com HIV/AIDS: perspectivas de enfermeiros. Rev Cuid. 2017; 8(3): 1758-66. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v8i3.414

Biografía del autor/a

Rebeca Coelho de Moura Angelim, Universidade de Pernambuco

Doutoranda em Enfermagem

Brígida Maria Gonçalves de Melo Brandão, Universidade de Pernambuco. Recife, Pernambuco, Brasil.

Mestranda em Enfermagem. Programa Associado de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba. Recife, Pernambuco, Brasil. 

Daniela de Aquino Freire, Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba. Recife, Pernambuco, Brasil.

Mestranda em Enfermagem. Programa Associado de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba. Recife, Pernambuco, Brasil.

Fátima Maria da Silva Abrão, Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba. Recife, Pernambuco, Brasil.

Doutora em Enfermagem. Programa Associado de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba. Recife, Pernambuco, Brasil. 

Referencias

Galvão MTG, Cunha GH, Lima ICV. Mulheres que geram filhos expostos ao vírus da imunodeficiência humana: representações sociais da maternidade. Rev Eletrôn Enferm. 2014; 16(4): 804-11. https://doi.org/10.5216/ree.v16i4.22760

The Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS). Estatísticas. Genebra; 2016. Available From: http://unaids.org.br/estatisticas/ [Consultado Abril 30, 2017].

Sousa CSO, Silva AL. O cuidado a pessoas com HIV/aids na perspectiva de profissionais de saúde. Rev Esc Enferm USP. 2013; 47(4): 907-14. https://doi.org/10.1590/S0080-623420130000400019

Quinn TC. HIV epidemiology and the effects of antiviral therapy on long-term consequences. AIDS. 2008; 22 (Suppl 3): 7-12. https://doi.org/10.1097/01.aids.0000327510.68503.e8

Afonso SBC. Sobre a morte e o morrer. Cienc Saúde Colet. 2013; 18(9): 2781-2. https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000900033

Sant'Ana RSE, Santos ER, Menezes TMO, Pereira A, Santana TBM. A prática assistencial do enfermeiro frente ao processo de morte e morrer: uma revisão integrativa da literatura. Rev Enferm UFPE. 2013; 7 (esp): 919-27. https://doi.org/10.5205/reuol.3934-31164-1-SM.0703esp201312

Gutierrez BAO, Ciampone MHT. O processo de morrer e a morte no enfoque dos profissionais de enfermagem de UTIs. Rev Esc Enferm USP. 2007; 41(4): 660-7.

https://doi.org/10.1590/S0080-62342007000400017

Pérez ME, Cibanal LJ. Impacto psicosocial en enfermeras que brindan cuidados en fase terminal. Rev Cuid. 2016; 7(1): 1210-8. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v7i1.295

Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. Int J Qual Health Care. 2007; 19 (6): 349-57. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzm042

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2010.

Abrão FMS, Góis ARS, Souza MSB, Araújo RA, Cartaxo CMB, Oliveira DC. Representações sociais de enfermeiros sobre a religiosidade ao cuidar de pacientes em processo de morte. Rev Bras Enferm. 2013; 66(5): 730-7. https://doi.org/10.1590/S0034-71672013000500014

Silva Júnior FJG, Santos LCS, Moura PVS, Melo BMS, Monteiro CFS. Processo de morte e morrer: evidências da literatura científica de Enfermagem. Rev Bras Enferm. 2012; 64(6): 1122-6. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672011000600020

Souza PN, Miranda EJP, Cruz R, Forte DN. Cuidados paliativos no paciente com HIV/AIDS internado na unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2016; 28(3): 301-9. http://dx.doi.org/10.5935/0103-507X.20160054

Melo GC, Rodrigues STC, Trindade RFC, Holanda JBL. Adesão ao tratamento: representações sociais sobre a terapia antirretroviral para pessoas que vivem com HIV. Rev Enferm UFPE On Line. 2014; 8(3): 572-80. http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20140005

Paschoal EP, Espírito Santo CC, Gomes AMT, Santos EI, Oliveira DC, Pontes APM. Adesão à terapia antirretroviral e suas representações para pessoas vivendo com HIV/aids. Esc Anna Nery. 2014; 18(1): 32-40. http://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20140005

Almeida MC, Almeida EB. Perfil dos pacientes com infecção por HIV admitidos em unidade de terapia intensiva adulto em Hospital Universitário de Juiz de Fora, MG. Rev Enf UFJF. 2015; 1(2): 187-93.

Souza LPS, Ribeiro JM, Rosa RB, Gonçalves RCR, Silva CSO, Barbosa DA. A morte e o processo de morrer: sentimentos manifestados por enfermeiros. Enfermeria Global. 2013; 12(4): 230-7.

Feitosa MC, Silva GRF, Leite IRL, Moura MEB, Monteiro CFS, Pereira LA. Aplicação do Nursing Activities Score em pacientes portadores de HIV/AIDS hospitalizados: relato de experiência. Rev Min Enferm. 2013; 17(4): 952-8. http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20130069

Zambrano MLC. La humanización de la atención en los servicios de salud: un asunto de cuidado. Rev Cuid. 2016; 7(1): 1227-31. https://doi.org/10.15649/cuidarte.v7i1.300

Moreno MG, Interial MG, Garza ME, Hernández EA. Intensidad y manejo del dolor posoperatorio en pacientes hospitalizados. Rev Cuid. 2012; 3(1): 355-62. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v3i1.32

Publicado

2017-09-01

Cómo citar

1.
Angelim RC de M, Brandão BMG de M, Freire D de A, Abrão FM da S. Processo de morte/morrer de pessoas com HIV/AIDS: perspectivas de enfermeiros. Revista Cuidarte [Internet]. 1 de septiembre de 2017 [citado 22 de diciembre de 2024];8(3):1758-66. Disponible en: https://revistas.udes.edu.co/cuidarte/article/view/414

Número

Sección

Artículos de Investigación

Altmetrics

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.