Estigma vivenciado por pessoas com transtornos mentais na América do Sul: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.15649/cuidarte.2014Palavras-chave:
Transtorno Mental, América do Sul, EstigmaResumo
Introdução: Pessoas com transtornos mentais são altamente estigmatizadas por populações em todo o mundo e são vistas como um fardo para a sociedade. Como resultado do estigma, muitas pessoas com transtornos mentais são discriminadas, o que leva a oportunidades de vidas limitadas. Dado que as crenças sobre o transtorno mental podem variar de acordo com a cultura, religião, nacionalidade e etnia, é importante compreender os diferentes tipos de estigma relacionados ao transtorno mental vividos em todo o mundo. Materiais e Métodos: a metodologia de Whittemore e Knafl (2005) para revisões integrativas foi usada para analisar 18 estudos sobre experiências vividas de estigma relacionado ao transtorno mental na América do Sul. Resultados: os resultados sugerem que certos tipos de estigma na América do Sul são baseados em gênero e normas sociais, como a posição social de homens e mulheres na sociedade. Isso leva à discriminação, isolamento e violência por parte da família, de parceiros íntimos, amigos, sociedade e profissionais de saúde. O emprego também é limitado para sul-americanos com transtornos mentais. Outras consequências, como o autoestigma, também afetam a vida de pessoas com transtornos mentais em muitos contextos sul-americanos. Discussão: Relações familiares, de amizade e sociais, incluindo profissionais de saúde, podem envolver processos que levam aos estigma vivenciado por pessoas com transtornos mentais. Conclusão: Esta revisão integrativa destaca como o estigma relacionado ao transtorno mental afeta os indivíduos na América do Sul.
Como citar este artigo: Raquel Helena Hernandez Fernandes, Bruna Sordi Carrara, Brenda Alice Andrade Vidigal, Arthur Luís Barbosa Martins, Sireesha Jennifer Bobbili, Carla Aparecida Arena Ventura. Stigma experienced by people with mental illness in South America: an integrative review. Revista Cuidarte. 2022; 13(2): e2014 http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2014
Referências
Corrigan PW, Wassel A. Understanding and influencing the stigma of mental illness. J Psychosoc Nurs Ment Health Serv. 2008;46 (1):42-8. https://doi.org/10.3928/02793695-20080101-04
Jorm AF, Griffiths KM. The public’s stigmatizing attitudes towards people with mental disorders: How important are biomedical conceptualizations? Acta Psychiatrica Scandinavica. 2008;118:315–321. https://doi.org/10.1111/j.1600-0447.2008.01251.x
Putman S. Mental illness: Diagnostic title or derogatory term? (Attitudes towards mental illness). Developing a learning resource for use within a clinical call centre. A systematic literature review on attitudes towards mental illness. Journal of Psychiatric & Mental Health Nursing. 2008;15:684–693. https://doi.org/10.1111/j.1365-2850.2008.01288.x
Goffman E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Editora Guanabara. 1988.
Link BG, Phelan JG. Conceptualizing stigma. Annual Review Sociology. 2001; 27:363–85.
https://doi.org/10.1146/annurev.soc.27.1.363
Thornicroft G, Brohan E, Kassam A, Lewis-Holmes E. “Reducing stigma and discrimination: Candidate interventions”. International Journal of Mental Health Systems. 2008; 2:3. https://doi.org/10.1186/1752-4458-2-3
Corrigan P. How stigma interferes with mental health care. American Psychologist. 2004;59(7):614-625.http://dx.doi.org/10.1037/0003-066X.59.7.614
Corrigan P, Kerr A, Knudsen L. The stigma of mental illness: explanatory models and methods for change. Applied and Preventive Psychology. 2005; 11:179–90. https://doi.org/10.1016/j.appsy.2005.07.001
Livingston JD, Rossiter KR, Vedun-Jones SN. Forensic’ labelling: An empirical assessment of its effects on self-stigma for people with severe mental illness. Psychiatric Research. 2011;188 (1):115-122. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2011.01.018
Fung KMT, Tsang HWH, Corrigan PW, Lam CS, Cheng WM. Measuring self-stigma of mental illness in China and its implications for recovery. International Journal of Social Psychiatric. 2007;53(5):408-418. https://doi.org/10.1177/0020764007078342
Karno M, Jenkins JH, De La Selva A, Santana F, Telles C, López S, et al. Expressed emotion and schizophrenic outcome among Mexican-American families. The Journal of Nervous and Mental Disease. 1987;175(3):143–151. https://doi.org/10.1097/00005053-198703000-00004
López SR, Nelson Hipke K, Polo AJ, Jenkins JH, Karno M, Snydre KS. Ethnicity, expressed emotion, attributions, and course of schizophrenia: Family warmth matters. Journal of Abnormal Psychology. 2004; 113:428–439. https://doi.org/10.1037/0021-843X.113.3.428
Whittemore R, Knafl K. The integrative review: Updated methodology. Journal of Advanced Nursing. 2005; 52:546–553. https://doi.org/10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x
Briggs J. Reviewers’ Manual. Edition 2014. Retrieved from https://nursing.lsuhsc.edu/JBI/docs/ReviewersManuals/ReviewersManual.pdf
Cooper HM. Scientific guidelines for conducting integrative research reviews. Review of Educational Research. 1982;52(2):291–302. https://doi.org/10.3102/00346543052002291
Polit DF, Beck CT. Nursing research: Generating and assessing evidence for nursing practice (9th ed). 2012. Philadelphia, PA: Walters Kluwer Health/Lippincott, Williams, & Wilkins.
Ursi ES, Galvão CM. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2006;14(1):124–131. https://doi.org/10.1590/S0104-11692006000100017.
Fernandes R, Sordi B, Vidigal B, Martins A, Bobbili S, Ventura C. Stigma experienced by people with mental illness in South America: an integrative review. Mendeley Data. 2022; Version 1. Available at: https://doi.org/10.17632/bz2f9s5sk2.1
Fineout-Overholt E, Williamson K, Gallagher-Ford L, Melnyk BM, Stillwell SB. Following the evidence: Planning for sustainable change. The American Journal of Nursing. 2011;111(1): 54–60. https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000393062.83761.c0
Wainberg ML, Cournos F, Wall MM, Pala AN, Mann CG, Pinto D, et al. Mental Illness Sexual Stigma: Implications for Health and Recovery. Psychiatric Rehabilitation Journal. 2016;39(2): 90-96. https://doi.org/10.1037/prj0000168
Robillard C. The gendered experience of stigmatization in severe and persistent mental illness in Lima, Peru. Social Science & Medicine. 2010;71(12):2178-2186. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2010.10.004
Nunes M, Torrenté M. Estigma e violências no trato com a loucura: narrativas de centros de atenção psicossocial Bahia e Sergipe. Rev Saúde Pública. 2009;43(1):101-108.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009000800015
Elkington KS, McKinnon K, Mann CG, Collins PY, Leu CS, Wainberg ML. Perceived Mental Illness Stigma and HIV Risk Behaviors Among Adult Psychiatric Outpatients in Rio de Janeiro, Brazil. Community Ment Health J. 2010; 46:56-64. https://doi.org/10.1007/s10597-009-9209-4
Wagner LC, Torres-González F, Geidel AR, King MB. Existential questions in schizophrenia: perception of patients and caregivers. Rev Saúde Pública. 2011;45(2):401-8.
https://doi.org/10.1590/S0034-89102011000200019
Oliveira RM, Facina PCBR, Júnior ACS. A realidade de viver com esquizofrenia. Revista Brasileira de Enfermagem 2012;65(2):309-316. https://doi.org/10.1590/S0034-71672012000200017
Vedana KGG, Silva DRA, Miasso AI, Zanetti ACG, Borges TL. The Meaning of Stigma for People with Mental Disorders in Brazil. Issues in Mental Health Nursing. 2017;38(12): 1022-1029, 2017. https://doi.org/10.1080/01612840.2017.1346013
Onocko-Campos RT, Passos E, Palombini AL, Santos DVD, Stefanello S, Gonçalves LLM, et al. A Gestão Autônoma da Medicação: uma intervenção analisadora de serviços em saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva. 2013;18(10). https://doi.org/10.1590/S1413-81232013001000013
Pinheiro OG, Spink MJP. Discursive Practices and Democratic Participation: Negotiating Language Use in Mental Health Services. Journal of Health Psychology 2004;9(1):55-71. https://doi.org/10.1177/1359105304036102
Souza LV, Santos MA. Transtorno Alimentar e Construção de Si no Relacionamento Profissional-Usuário. Psicologia & Sociedade 2014;26(2):506-516. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822014000200026
Cavero V, Diez-Canseco F, Toyama M, Salcedo GF, Ipince A, Araya R, et al. Provision of mental health care within primary care in Peru: A qualitative study exploring the perspectives of psychologists, primary health care providers, and patients. Wellcome Open Research. 2018;3(9). https://doi.org/10.12688/wellcomeopenres.13746.2
Gasparini D, Hildebrandt LM, Van der Sand ICP, Leite MT, Piovesan SMS, Terra MG. Mental Illness in the view of psychotic individuals: their lines and graphic representations. R. pesq.: cuid. Fundam. 2013;5(1):3421-31. https://www.ssoar.info/ssoar/handle/document/33183
Moreira V, Melo AK. Minha Doença é Invisível!: Revisitando o Estigma de ser Doente Mental. Interação em Psicologia. 2008;12(2):307-314. http://dx.doi.org/10.5380/psi.v12i2.7289
Batista e Silva BM. Do paciente ao causo: uma etnografia com egressos de internação psiquiátrica. Ciênc. saúde coletiva. 2015;20(2):353-362. https://doi.org/10.1590/1413-81232015202.20362013
Mascayano F, Toso-Salman J, Ruiz B, Warman K, Escalona AJ, Alvarado R, et al. What matters most: stigma towards severe mental disorders in Chile, a theory-driven, qualitative approach. Revista de la Faculdad de Ciencias Médicas. 2015;73(3):250-260. https://www.researchgate.net/publication/320946870_What_matters_most'_stigma_towards_severe_mental_disorders_in_Chile_a_theory-driven_qualitative_approach
Brouwers EPM, Mathijssen J, Van Bortel T, Knifton L, Wahlbeck K, Van Audenhove C, et al. Discrimination in the workplace, reported by people with major depressive disorder: a cross-sectional study in 35 countries. BMJ Open 2016; 6: e009961. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2015-009961
Han M, Diwan S, Sun K. Exploring caregiving-related experiences among Chinese Americanand European American Family caregivers of persons with mental illness. Transcultural Psychiatry. 2019;56(3):491–509. https://doi.org/10.1177/1363461519827690
Volz PM, Tomasi E, Bruck NRV, Saes MO, Nunes BP, Duro SMS, et al. A inclusão social pelo trabalho no processo de minimização do estigma social pela doença. Saúde Soc. 2015;24(3):877-886. https://doi.org/10.1590/S0104-12902015130040
Chaudhry T, Chen SH. Mental Illness Stigmas in South Asian Americans: A Cross-Cultural Investigation. Asian American Journal of Psychology. 2019;10(2): 154–165. https://psycnet.apa.org/record/2018-64894-001
Vázquez GH, Kapczinski F, Magalhães PV, Córdoba R, Lopez Jaramillo C, Rosa AR, et al. Stigma and functioning in patients with bipolar disorder. Journal of Affective Disorders. 2011; 130:323-327. https://doi.org/10.1016/j.jad.2010.10.012
Setti VPC, Loch AA, Modelll A, Rocca CC, Hungerbuehler I, van de Blit MT, et al. Disclosing the diagnosis of schizophrenia: A pilot study of the ‘Coming Out Proud’ intervention. International Journal of Social Psychiatry. 2019;65(3):244-250. https://doi.org/10.1177/0020764019840057
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Altmetrics
Downloads
Licença
A Revista Cuidarte é um acesso aberto publicação científica, distribuído sob os termos da Creative Commons Atribuição (CC BY-NC 4.0), que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor ea fonte original eles estão devidamente citada.
Qualquer outro uso, como reprodução, transformação, comunicação pública ou de distribuição, com fins lucrativos, requer a aprovação prévia da Universidade de Santander UDES.
Os nomes e endereços informados na Revista Cuidarte serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não estará disponível para qualquer outro propósito ou outra pessoa.
Os artigos publicados na Revista Cuidarte representam os critérios da responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Universidade de Santander UDES.