Associação entre sedentarismo e nível socioeconômico em adolescentes

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.15649/cuidarte.2082

Palabras clave:

Adolescente, Comportamento Sedentário, Classe Social, Promoção da Saúde Escolar

Resumen

  • O nível socioeconômico destaca-se entre os fatores que influenciam o sedentarismo, pois  exerce forte influência nas atitudes pessoais, experiências, bem como na exposição a diferentes fatores de risco à saúde.
  •  Autores acreditam que a condição socioeconômica interfere na prática de atividade física, podendo ser um facilitador ou uma barreira.
  •  Há uma lacuna no conhecimento e ausência de consenso acerca da relação entre nível socioeconômico e sedentarismo entre adolescentes.
  •  A presente investigação poderá contribuir para o mapeamento do sedentarismo entre adolescentes de Divinópolis/ MG, além de trazer indicadores para potencializar e justificar maiores investimentos na promoção da atividade física no município.

Introdução: O sedentarismo em adolescentes contribui para a ocorrência de diferentes doenças, sendo relevante investigar sobre fatores associados. Objetivo: Analisar a associação entre sedentarismo e nível socioeconômico em adolescentes de escolas públicas. Materiais e métodos: Estudo transversal, realizado com 347 adolescentes matriculados em escolas públicas do ensino médio do município de Divinópolis, Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu no ano de 2017. O sedentarismo foi avaliado utilizando-se o International Physical Activity Questionnaire e o nível socioeconômico pelo critério da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Foi realizada estatística descritiva e analítica através de modelo de regressão logística multivariada. Resultados: Participaram da investigação 347 adolescentes. A média de idade do grupo foi de 16,4 ± 1,0 anos. Os indivíduos caracterizados como sedentários constituíram 38,9% da amostra, sendo que, destes, 66,7% eram do sexo feminino. Possuir maior nível socioeconômico diminui a probabilidade de ser sedentário (OR=0,235; p=0,021), assim como ser estudante das escolas públicas da região sudoeste aumenta essa chance (OR=2,680; p=0,04). Discussão: Os motivos pelos quais as condições socioeconômicas podem influenciar o sedentarismo são variados. A ausência de espaços públicos pode contribuir para a elevação do sedentarismo em adolescentes com menor nível socioeconômico. Conclusão: Esta investigação sinaliza a importância de investimentos públicos em políticas de estímulo à prática de atividade física para os adolescentes, em especial para os do sexo feminino e de menor nível socioeconômico.

Como citar este artigo: Carlos, Fabiangelo de Moura; Sousa, Paulo Henrique Alves de; Campos, Cezenário Gonçalves; Lamounier, Joel Alves; Bila, Wendell Costa; Romano, Márcia Christina Caetano.  Associação entre sedentarismo e nível socioeconômico em adolescentes. Revista Cuidarte. 2022;13(1): e2082. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2082

Biografía del autor/a

Fabiangelo de Moura Carlos, Federal University of São João Del Rei (CCO), Divinópolis

Universidade Federal de São João Del Rei (CCO), Divinópolis, MG, Brasil.

Paulo Henrique Alves de Sousa, Universidade Federal de São João Del Rei (CCO)

Universidade Federal de São João Del Rei (CCO), Divinópolis, MG, Brasil.

Cezenário Gonçalves Campos, Universidade Federal de São João Del Rei (CCO)

Universidade Federal de São João Del Rei (CCO), Divinópolis, MG, Brasil.

Joel Alves Lamounier, Universidade Federal de São João Del Rei (CDB)

Universidade Federal de São João Del Rei (CDB), São João Del Rei, MG, Brasil.

Wendell Costa Bila, Universidade Federal de São João Del Rei (CCO)

Universidade Federal de São João Del Rei (CCO), Divinópolis, MG, Brasil.

Márcia Christina Caetano Romano, Universidade Federal de São João Del Rei (CCO)

Universidade Federal de São João Del Rei (CCO), Divinópolis, MG, Brasil.

Referencias

World Health Organization. Physical activity. World Health Organization. 2018. https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/physical-activity

Carson V, Hunter S, Kuzik N, Gray CE, Poitras VJ, Chaput JP, et al. Systematic review of sedentary behaviour and health indicators in school-aged children and youth: an update. Appl PhysiolNutrMetab. 2016; 41 (6 Suppl 3):S240-65. https://doi.org/10.1139/apnm-2015-0630

Aubert S, Barnes JD, Abdeta C, Abi Nader P, Adeniyi AF, Aguilar-Farias N, et al. Global Matrix 3·0 physical activity report card grades for children and youth: results and analysis from 49 countries. J Phys Act Health. 2018; 15 (S2):S251-S273. https://doi.org/10.1123/jpah.2018-0472

Van Hecke L, Loyen A, Verloigne M, van der Ploeg HP, Lakerveld J, Brug J, et al. Variation in population levels of physical activity in European children and adolescents according to cross-European studies: a systematic literature review within DEDIPAC. Int J BehavNutr Phys Act. 2016; 13:70. https://doi.org/10.1186/s12966-016-0396-4

Instituto Brasileiro de Geografia e Estadística. Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2015 / IBGE. Coordenação de População e Indicadores Sociais. – Rio de Janeiro: IBGE. 2016. 132 p. ISBN 978-85-240-4387-1.https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf

Tremblay MS. Challenges in global surveillance of physical activity. Lancet Child Adolesc Health. 2020; 4 (1):2-3. https://doi.org/10.1016/S2352-4642(19)30348-7

Azevedo SS, Cruz RS. Sociantroplogic factors that influence sedentary behavior. ReonFacema, 2017.3(4): 671-675. file:///D:/_Datos%20de%20Usuario/Descargas/227-895-1-PB.pdf

Buck C, Loyen A, Foraita R, Van Cauwenberg J, De Craemer M, Mac Donncha C, et al. Factors influencing sedentary behaviour: A system based analysis using Bayesian networks within DEDIPAC. PLoS One. 2019; 14(1):e0211546. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211546

Kinsman J, Norris SA, Kahn K, Twine R, Riggle K, Edin K, et al. A model for promoting physical activity among rural South African adolescent girls. Glob Health Action. 2015; 8:28790. https://doi.org/10.3402/gha.v8.28790

daSilva J, Andrade A, Capistrano R, Lisboa T, Andrade D, Felden G, et al. Níveis insuficientes de atividade física de adolescentes associados a fatores sociodemográficos, ambientais e escolares. Ciênc. saúde coletiva. 2018; 23(12): 4277-4288. https://doi.org/10.1590/1413-812320182312.30712016

Mielke GI, Brown WJ, Nunes BP, Silva ICM, Hallal PC. Socioeconomic Correlates of Sedentary Behavior in Adolescents: Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Med. 2017;47 (1):61-75. https://doi.org/10.1007/s40279-016-0555-4

de Moura Carlos, Fabiangelo; Alves de Sousa, Paulo Henrique; Gonçalves Campos, Cezenário; Alves Lamounier, Joel; Bila, Wendell Costa; Christina Caetano Romano, Márcia (2022), “Banco de dados-Associação entre sedentarismo e nível socioeconômico em adolescentes”, Mendeley Data, V1. https://doi.org/10.17632/tv3x4ndp73.1

Fortes L, Morgado F, Almeida S, Ferreira Mto. Eating behavior and physical activity in adolescents. Rev. Nutr. 2013; 26(5): 529-537. https://www.scielo.br/j/rn/a/X4LK7J8RP8Vvg5KmYKKt3KH/?format=pdf&lang=en

de Sousa FL, Morgado F, Almeida S, Ferreira M. Eating behavior and physical activity in adolescentes. Rev. Nutr. 2013; 26(5):529-537. https://www.scielo.br/j/rn/a/X4LK7J8RP8Vvg5KmYKKt3KH/?format=pdf&lang=en

Associação Brasileira de Empresas de pesquisa. Critério de Classificação Econômica Brasil.2015. https://www.abep.org/criterio-brasil

IPAQ. Categorization of physical activity levels using the International Physical Activity Questionnaire. 2007. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3343547/mod_resource/content/1/IPAQ.pdf

Jelliffe D, World Health Organization. Evolución del estado de nutrición de la comunidad (‎con especial referencia a las encuestas en las regiones en desarrollo / Derrick B. Jelliffe; obra preparada en consulta con veinticinco especialistas de varios países. Ginebra: Organización Mundial de la Salud. 1968; 291 p. https://apps.who.int/iris/handle/10665/41408

World Health Organization. Physical status: the use of and interpretation of anthropometry, report of a WHO expert committee. World Health Organization. 1995. https://apps.who.int/iris/handle/10665/37003

Brasil. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Brasília (DF): MS. 2011. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf

Helena, M, Oehlschlaeger K, Pinheiro RT, Horta B, Gelatti C, San'Tana P. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo em adolescentes de área urbana. Rev Saúde Pública 2004;38(2):157-63) https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000200002

de Lucena, JMS; Cheng, LA; Cavalcante, TLM; da Silva, VA; de Farias Júnior, JC. Prevalence of excessive screen time and associated factors in adolescentes. Rev Paul Pediatr. 2015; 33(4): 407–414.https://doi.org/10.1016/j.rppede.2015.08.014

Correia HF, Reis D, Marice A, Ladeia T, Passos C, Guilherme F, et al. . Prevalence and variables associated with physical inactivity in individuals with high and low socioeconomic status. Arq. Bras. Cardiol. 2009; 92(3): 203-208. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2009000300007

Ferreira R, Rombaldi A, Ricardo L, Hallal P, Azevedo M. Prevalence of sedentary behavior and its correlates among primary and secondary school students. Rev. paul. pediatr. 2016; 34(1): 56-63. https://doi.org/10.1016/j.rppede.2015.09.002

deSousa GR, Silva DA. Sedentary behavior in adolescents in small city in the south of the country. Medicina Ribeirão Preto Online. 2016; 49 (3):212-222. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v49i3p212-222

Christofoletti A, Benites L, Sebastião E, Ueno D, Nakamura. Prevalecia e fatores sociodemográficos associados ao comportamento sedentário em adolescentes de Rio Claro – SP.J. Phys. Educ. 2020; 31: e3159. https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v31i1.3159

Moreno-Llamas, A; García-Mayor, J; de la Cruz-Sánchez, E.Physical activity barriers according to social stratification in Europe. Int J PublicHealth. 2020: 1–8. https://doi.org/10.1007/s00038-020-01488-y

Kretschmer A, Dumith S. Prática de atividade física no lazer e ambiente percebido: um estudo de base populacional com adultos e idosos do Sul do Brasil. Rev. bras. epidemiol. 2020; 23: e200043. https://doi.org/10.1590/1980-549720200043

Coombs N, Shelton N, Rowlands A, Stamatakis E. Children's and adolescents' sedentary behaviour in relation to socioeconomic position. J Epidemiol Community Health. 2013; 67(10): 868–874. https://doi.org/10.1136/jech-2013-202609

Mendonça G, Cheng L, Farias J. Padrões de prática de atividade física em adolescentes de um município da região Nordeste do Brasil. Ciênc. Saúde coletiva. 2018; 23(7): 2443-2451. https://doi.org/10.1590/1413-81232018237.21782016

Silva PS, Boing AF. Fatores associados à prática de atividade física no lazer: análise dos brasileiros com doenças crônicas. Cien Saude Colet. 2020. http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/fatores-associados-a-pratica-de-atividade-fisica-no-lazer-analise-dos-brasileiros-com-doencas-cronicas/17770?id=17770

Florindo AA, Barrozo LV, Cabral-Miranda W, Rodrigues EQ, Turrell G, Goldbaum M, et al. Public Open Spaces and Leisure-Time Walking in Brazilian Adults. Int J Environ Res Public Health. 2017; 14(6):553. https://doi.org/10.3390/ijerph14060553

Ferreira R, Caputo E, Häfele C, Jerônimo J, Florindo A, Knuth A, et al. Acesso aos programas públicos de atividade física no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cad. Saúde Pública. 2019; 35(2): e00008618. https://doi.org/10.1590/0102-311x00008618

Portal Agita. Atividade física é saúde. Agita SP. 2017. http://portalagita.org.br/pt/agita-sp/o-agita-sp/o-que-fazemos.html

Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica. Programa Academia da Saúde. 2017. www.saude.gov.br

Piola T, Bacil E, Pacífico A, Camargo E, Campos W. Nível insuficiente de atividade física e elevado tempo de tela em adolescentes: impacto de fatores associados. Ciênc. SaúdeColetiva. 2020; 25(7): 2803-2812. https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.24852018

World Health Organization. WHO launches global action plan on physical activity.World Health Organization. 2018. http://www.who.int/news-room/detail/04-06-2018-who-launches-global-action-plan-on-physical-activity

-Bacil E, Mazzardo J, Rech C, Legnani R, Campos W. Physical activity and biological maturation: a systematic review. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(1): 114-121. https://doi.org/10.1016/j.rpped.2014.11.003

-World Health Organization (WHO). Global action plan on physical activity 2018-2030: more active people for a healthier world: at-a-glance. World Health Organization. 2018. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272722/9789241514187-eng.pdf

Publicado

2022-04-07

Cómo citar

1.
Carlos F de M, Sousa PHA de, Gonçalves Campos C, Alves Lamounier J, Costa Bila W, Caetano Romano MC. Associação entre sedentarismo e nível socioeconômico em adolescentes. Revista Cuidarte [Internet]. 7 de abril de 2022 [citado 27 de abril de 2024];13(1). Disponible en: https://revistas.udes.edu.co/cuidarte/article/view/2082

Número

Sección

Artículos de Investigación

Categorías

Altmetrics

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.