Associação entre perineorrafia e problemas perineais, atividades habituais e necessidades fisiológicas afetadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15649/cuidarte.v9i2.530

Palavras-chave:

Períneo, Episiotomia, Período Pós-Parto.

Resumo

Introdução: A mulher em processo de parto está exposta a ocorrência de traumas perineais que podem estar associados à assistência. Objetivo: Verificar a associação entre a presença de perineorrafia e problemas perineais, atividades habituais e necessidades fisiológicas afetadas em  puérperas no pós-parto vaginal. Materiais e Métodos: Estudo transversal, composto por 870 puérperas com algum tipo de trauma perineal durante o parto vaginal. Os dados foram coletados através da entrevista estruturada e exame físico da região vulvoperineal e submetidos a análise descritiva e inferencial. Resultados: Houve associação estatisticamente significativa entre a episiorrafia e a ocorrência de edema (p<0,001), ardor (p=0,002) e dor (p=0,002). Concernente às atividades habituais e necessidades fisiológicas, mulheres com episiorrafia apresentaram maior dificuldade para vestir-se, deambular, sentar e dormir. Em contrapartida, apresentaram menor dificuldade para urinar e realizar higiene íntima. Discussão: Dentre os problemas perineais, observou-se diferença estatisticamente significativa quanto a ocorrência de edema, ardor e dor entre os grupos, sendo que as mulheres com episiorrafia relataram menos ardor perineal em comparação ao grupo com perineorrafia devido a laceração espontânea. Nesse sentido, preservar a integridade perineal das parturientes é algo necessário e possível na assistência obstétrica, visto que esse tipo de intervenção, por vezes desnecessária, desencadeará desconfortos que irão interferir no seu bem-estar durante o período puerperal. Conclusões: Os dados deste estudo permitiram verificar que há associação entre a perineorrafia e a ocorrência de problemas perineais e alterações para realização de atividades habituais no puerpério imediato.

Como citar este artigo: Santos LM, Santos LMS, Brandão MM, Cerqueira EAC, Ramos MSX, Carvalho ESS. Associação entre perineorrafia e problemas perineais, atividades habituais e necessidades fisiológicas afetadas. Rev Cuid. 2018; 9(2): 2233-44. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v9i2.530

Biografia do Autor

Luciano Marques dos Santos, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Doutorando em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Larissa Madalena da Silva Santos, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Milena Moreira Brandão, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Acadêmica do 9º semestre de graduação em enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Erika Anny Costa Cerqueira, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Acadêmica do 9º semestre de graduação em enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Michelle de Santana Xavier Ramos, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Evanilda Souza de Santana Carvalho, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Doutora em Enfermagem. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana/BA, Brasil.

Referências

Mattar R, Aquino MMA, Mesquita MRS. A prática da episiotomia no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29(1): 1-2. https://doi.org/10.1590/S0100-72032007000100001

Santos LM, Pereira SSC. Vivências de mulheres sobre a assistência recebida no processo parturitivo. Physis. 2012; 22(1): 77-97. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312012000100005

Leal MC. Pesquisa nascer no brasil: inquérito sobre parto e nascimento. Disponível em: http://www.conass.org.br/sintese_pesquisa_nascer_brasil.pdf

Muhleman MA, Aly I, Walters A, Topale N, Tubbs RS, Loukas M. Cut or Not to Cut, That is the Question: A Review of the Anatomy, the Technique, Risks, and Benefits of an Episiotomy. Clinical Anatomy. 2017; 30(3): 362-72. https://doi.org/10.1002/ca.22836

Singh S, Thakur T, Chandhiok N, Dhillon BS. Padrão de uso de episiotomia e suas complicações imediatas entre partos vaginais em 18 hospitais terciários na Índia. Indian J Med Res. 2016; 143(4): 474-80. https://doi.org/10.4103/0971-5916.184304

Moore KL, Dalley AF, Agur AMR. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2014.

Cichowski S, Rogers R. Boletim de Prática Nº 165: Prevenção e Gerenciamento de Lacerações Obstétricas no Parto Vaginal. Comitê de Boletins de Prática do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas - Obstetrícia. Obstet Gynecol. 2016; 128(1): 1-15. http://doi.org/10.1097/ AOG.0000000000001523

Beleza ACS, Ferreira CHJ, Sousa L, Nakano AMS. Mensuração e caracterização da dor após episiotomia e sua relação com a limitação de atividades. Rev Bras Enferm. 2012; 65(2): 264-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012000200010

Macarthur AJ, Macarthur C. Incidence, severity, and determinants of perineal pain after vaginal delivery: a prospective cohort study. Am J Obstet Gynecol. 2004; 191(40): 1199-204. https://doi.org/10.1016/j.ajog.2004.02.064

Caroci AS, Riesco MLG, Leite JS, Araújo NM, Scarabotto LB, Oliveira SMJV. Localização das lacerações perineais no parto em mulheres primíparas. Rev Enferm UERJ. 2014; 22(3): 402-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292009000400004

Alvarenga MB, Francisco AA, Vasconcelos SMJ, Barbosa FM, Shimoda GT, Damiani LP, et al. Avaliação da cicatrização da episiotomia: confiabilidade da escala REEDA (Redness, Oedema, Ecchymosis, Discharge, Approximation). Rev Latino-Am Enfermagem. 2015; 23(1): 162-8. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3633.2538

Pereira da Silva JC, Soler ZASG, Wysocki AD. Fatores associados à incontinência urinária em mulheres submetidas ao exame urodinâmico. Rev Esc Enferm USP. 2017; 51(3): 1-09. http://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x2016140903209

Cesar MAP, Leite JM, Muniz RCC, Ortiz JA. Distúrbios evacuatórios em primigestas após parto normal: estudo clínico. Rev Bras Coloproct 2011; 31(2): 126-30. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-98802011000200003

Leeman L, Fullilove AM, Borders N, Manocchio R, Albers LL, Rogers RG. Postpartum perineal pain in a low episiotomy setting: association with severity of genital trauma, labor care, and birth variables. Birth. 2009; 36(4): 283-8. https://10.0.4.87/j.1523-536X.2009.00355.x

Amorim FA, Junqueira VOSM, Barbosa SFM, Bick D, Gonzalez RML. Women’s experiences of perineal pain during the immediate postnatal period: cross-sectional study in Brazil. Midwifery. 2011; 27(6): 254-9. https://doi.org/10.1016/j.midw.2010.10.012

Francisco AA, Oliveira SMJV, Santos JO, Silva FMB. Avaliação e tratamento da dor perineal no pós-parto vaginal. Acta Paul Enferm. 2011; 24(1): 94-100. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002011000100014

Imarengiaye CO, Andet AB. Postpartum perineal pain among Nigerian women. West African journal of medicine. 2008; 27(3): 148-51.

Almeida CB, Sé CCS, Pereira EG, Pereira ALF. Avaliação da dor decorrente da perineorrafia no parto normal. R. pesq.: cuid. fundam. 2011; 3(3): 2126-36.

East CE, Sherburn M, Nagle C, Said J, Forster D. Perineal pain following childbirth: Prevalence, effects on postnatal recovery and analgesia usage. Midwifery. 2012; 28(1): 93-7. http://10.1016/j.midw.2010.11.009

Santos JO, Oliveira SM, Nobre MR, Aranha AC, Alvarenga MB. A randomised clinical trial of the effect of low-level laser therapy for perineal pain and healing after episiotomy: A pilot study. Midwifery. 2012; 28(5): 653-9. http://10.1016/j.midw.2011.07.009

Francisco AA, Kinjo MH, Bosco CS, Silva RL, Mendes EPB, Oliveira SMJV. Associação entre trauma perineal e dor em primíparas. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2014; 48(1): 40-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420140000600006

Elharmeel SM, Chaudhary Y, Tan S, Scheermeyer E, Hanafy A, Van ML. Surgical repair of spontaneous perineal tears that occur during childbirth versus no intervention. Cochrane Database Syst. Rev. Library. 2015; 14(8).

Peleckis MV, Francisco AA, Oliveira SMJV. Terapias de alívio da dor perineal no pós-parto. Texto Contexto Enferm. 2017; 26(2). http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017005880015

Francisco AA, Oliveira SMJV, Steen M, Nobre MRC, Souza EV. Ice pack induced perineal analgesia after spontaneous vaginal birth: Randomized controlled trial. Women Birth. 2018. https://doi.org/10.1016/j.wombi.2017.12.011

Cañón-Montañez W. El método científico en las ciencias de la salud. Rev Cuid. 2011; 2(1): 94-5. https://doi.org/10.15649/cuidarte.v2i1.43

Publicado

2018-05-04

Como Citar

1.
dos Santos LM, da Silva Santos LM, Moreira Brandão M, Costa Cerqueira EA, de Santana Xavier Ramos M, Souza de Santana Carvalho E. Associação entre perineorrafia e problemas perineais, atividades habituais e necessidades fisiológicas afetadas. Revista Cuidarte [Internet]. 4º de maio de 2018 [citado 19º de dezembro de 2024];9(2):2233-44. Disponível em: https://revistas.udes.edu.co/cuidarte/article/view/530

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa

Categorias

Altmetrics

Downloads

Não há dados estatísticos.