Fatores sociodemográficos associados ao grau de incapacidade física na hanseníase
DOI:
https://doi.org/10.15649/cuidarte.v9i3.548Palavras-chave:
Hanseníase, Epidemiologia, Fatores de Risco, Pessoas com Deficiência.Resumo
Introdução: A incapacidade física é o principal problema decorrente da hanseníase, ocasionando impactos negativos na vida dos indivíduos. Objetivou-se analisar alguns fatores sociodemográficos associados à ocorrência de incapacidade física em casos novos de hanseníase. Materiais e Métodos: Estudo transversal e analítico, cuja amostra foi constituída por 323 prontuários de pacientes diagnosticados em uma Unidade de Referência em Hanseníase do Estado do Pará-Brasil, no período de 2005-2014. Utilizou-se o cálculo da Razão de Prevalência (RP) para verificar a força por associação entre as variáveis. Resultados: O percentual de Grau 1 e 2 de incapacidades físicas foi de 28,1% e os fatores sociodemográficos que se associaram à sua instalação foram: ser do sexo masculino (RP=2,0); ter idade a partir de 15 anos (RP= 2,2); possuir até o ensino fundamental (RP=1,3); ser procedente do interior ou de outro Estado (RP=1,2); e possuir renda de até 3 salários mínimos (RP=5,7). Discussão: observamos maior exposição e menor prevenção do sexo masculino; o caráter crônico e progressivo da patologia; a escolaridade pode ser um fator de proteção; dificuldades e barreiras para a descentralização da assistência à saúde, mostrando que as populações com menor poder aquisitivo são mais vulneráveis à doença e incapacidades Conclusões: É necessário potencializar investimentos, no setor saúde e educação, com vistas a minimizar as iniquidades sociais.
Como citar este artigo: Silva JSR, Palmeira IPP, Sá AMM, Nogueira LMV, Ferreira AMR. Fatores sociodemográficos associados ao grau de incapacidade física na hanseníase. Rev Cuid. 2018; 9(3): 2338-48. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v9i3.548
Referências
Ministério da Saúde, Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília: Ministério da Saúde. 2016.
Organização Mundial de Saúde. Estratégia global aprimorada para redução adicional da carga da hanseníase: período do plano: 2011/2015. Organização Pan-Americana de Saúde. 2010.
Palmeira IP, Queiroz ABA, Ferreira MA. Marcas em si: vivenciando a dor do (auto) preconceito. Rev Bras Enferm. 2013; 66(6): 893-900. http://dx.doi.org/10. 1590/S0034-71672013000600013
World Health Organization. Global leprosy update, 2015: time for action, accountability and inclusion. Wkly Epidemiol Rec.Geneva: World Health Organization; 2016; 91(35): 405-20.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação epidemiológica-dados: registro ativo: número e percentual, casos novos de hanseníase: número, coeficiente e percentual, faixa etária, classificação operacional, sexo, grau de incapacidade, contatos examinados, por estados e regiões. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.
Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. International journal for qualitative in Health Care. 2007:19 (06): 349-57. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzm042
Fontelles MJ. Bioestatística aplicada à pesquisa experimental. São Paulo: Livraria da Física; 2012. vol.1.
Alves CJM, Barreto JA, Fogagnolo L, Contin LA, Nassif PW. Avaliação do grau de incapacidade dos pacientes com diagnóstico de hanseníase em serviço de dermatologia do estado de São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop. 2010; 43(4): 460-1. https://doi.org/10.1590/S0037-86822010000400025
Guerrero MI, Muvid S, León CI. Retraso en el diagnóstico de lepra como factor pronóstico de discapacidad en una cohorte de pacientes en Colombia, 2000 - 2010. Rev Panam Salud Publica. 2013; 33(2): 137-43. https://doi.org/10.1590/S1020-49892013000200009
Corrêa RGCF, Aquino DMC, Caldas AJM, Amaral DKCR, França FS, Mesquita ERRBPL. Epidemiological, clinical, and operational aspects of leprosy patients assisted at a referral service in the state of Maranhão, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2012; 45 (1): 89-94. https://doi.org/10.1590/S0037-86822012000100017
Uchôa REMN, Brito KKG, Santana EMF, Soares VL, Silva MA. Perfil clínico e incapacidades físicas em pacientes com hanseníase. Rev enferm UFPE. 2017; 11(3): 1464-72. https://doi.org/10.5205/reuol.10263-91568-1-RV.1103sup201719
Shumet T, Demissie M, Bekele Y. Prevalence of disability and associated factors among registered leprosy patients in all Africa tb and leprosy rehabilitation and training centre (ALERT), Addis Ababa, Ethiopia. Ethiopian Journal of Health Sciences. 2015; 25(4): 313-20. https://doi.org/10.4314/ejhs.v25i4.4
Santos VS, Matos AMS, Oliveira LSA, Lemos LMD, Gurgel RQ, Reis FP, et al. Clinical variables associated with disability in leprosy cases in northeast Brazil. J Infect Dev Ctries. 2015; 9(3): 232-8. http://dx.doi:10.3855/jidc.5341
Moschioni C, Antunes CMF, Grossi MAF, Lambertucci JR. Risk factors for physical disability at diagnosis of 19,283 new cases of leprosy. Rev Soc Bras Med Trop. 2010; 43(1): 19-22. https://doi.org/10.1590/S0037-86822010000100005
Odriozola EP, Quintana AM, González V, Pasetto RA, Utgés ME, Bruzzone OA, et al. Towards leprosy elimination by 2020: forecasts of epidemiological indicators of leprosy in corrientes, a province of northeastern Argentina that is a pioneer in leprosy elimination. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2017; 112(6): 419-27. https://doi.org/10.1590/0074-02760160490
Barreto JG, Bisanzio D, Guimarães LS, Spencer JS, Vazquez-Prokopec GM, Kitron U, et al. Spatial analysis spotlighting early childhood leprosy transmission in a hyperendemic municipality of the brazilian amazon region. PLOS Neglected Tropical Diseases. 2014; 8(2): 2665. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0002665
Bandeira SS, Pires CA, Quaresma JAS. Nerve damage in young patients with leprosy diagnosed in an endemic area of the brazilian amazon: a cross-sectional sudy. Journal of Pediatrics. 2017; 185: 143-48. http://dx.doi.o /10.1016/j.jpeds.2017.02.035
Segurado AC, Cassenote AJ, Luna EA. Saúde nas metrópoles: doenças infecciosas. Estudos avançados. 2016; 30(86): 29-49. https://doi.org./10.1590/S0103-40142016.00100003
Carneiro DF, Silva MMB, Pinheiro M, Palmeira IP, Matos EVMM. Itinerários terapêuticos em busca do diagnóstico e tratamento da hanseníase. Rev baiana enferm. 2017; 31(2): 17541.
Feenstra SG, Nahar Q, Pahan D, Oskan L, Richardus JH. Recent food shortage is associated with disease in Blangladesh: a case-control study. PLoS Negl Trop Dis. 2011; 5(5): 1029. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0001029
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Altmetrics
Downloads
Licença
A Revista Cuidarte é um acesso aberto publicação científica, distribuído sob os termos da Creative Commons Atribuição (CC BY-NC 4.0), que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor ea fonte original eles estão devidamente citada.
Qualquer outro uso, como reprodução, transformação, comunicação pública ou de distribuição, com fins lucrativos, requer a aprovação prévia da Universidade de Santander UDES.
Os nomes e endereços informados na Revista Cuidarte serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não estará disponível para qualquer outro propósito ou outra pessoa.
Os artigos publicados na Revista Cuidarte representam os critérios da responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Universidade de Santander UDES.