Perfil da vítima e características da violência contra a mulher no estado de Rondônia - Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15649/cuidarte.v10i1.573Palavras-chave:
Violência Contra a Mulher, Saúde da Mulher, Estudos Ecológicos.Resumo
Introdução: A violência contra a mulher é um fenômeno grave que atinge os mais variados grupos. O Norte do Brasil é líder nacional em casos de violência contra a mulher, e o estado de Rondônia, é detentor da sétima maior taxa de feminicídio no Brasil. Objetivos: investigar o perfil da vítima e as características da violência contra a mulher no estado de Rondônia no período de 2007 a 2015. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, de abordagem quantitativa. As informações utilizadas foram processadas na base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: De 2007 a 2015 foram notificados 1696 casos de violência contra a mulher no estado de Rondônia, com os maiores índices de prevalência na região de saúde Madeira-Mamoré e Cone Sul. A faixa etária foi a de jovens adultas, dos 19 aos 39 anos, negras/pardas, solteiras e que possuíam o ensino fundamental. As agressões ocorreram em zona urbana, na própria residência da usuária, sendo perpetrada pelo seu parceiro íntimo. A violência física foi vista em 1147 (47,36%) casos notificados, porém, destacou-se também a violência sexual – estupro em 491 (85,99%) mulheres. Sendo que as principais condutas assistenciais tomadas foram a coleta de sangue (26,03%) e as profilaxias contra IST (21,75%) e HIV (21,75%). Discussão e Conclusões: Este estudo demonstrou um elevado número de notificações de violência contra a mulher, tornando-se necessário ampliar os pontos de atenção e fortalecer os já existentes, bem como qualificar os profissionais das diversas áreas de atendimento à mulher em situação de violência.
Como citar este artigo: Oliveira CAB, Alencar LN, Cardena RR, Moreira KFA, Pereira PPS, Fernandes DER. Perfil da vítima e características da violência contra a mulher no estado de Rondônia - Brasil. Rev Cuid. 2019; 10(1): e573. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v10i1.573
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