Distúrbio mineral e ósseo: prevalência subestimada nos estágios iniciais da doença renal crônica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.15649/cuidarte.2266

Palabras clave:

Trastorno Mineral y Óseo Asociado a la Enfermedad Renal Crónica, Insuficiencia Renal Crónica, Fallo Renal Crónico, Hiperparatiroidismo secundario

Resumen

  • Distúrbio mineral e ósseo da doença renal: uma complicação a ser abordada precocemente em estágios não dialíticos da doença renal.
  • É fundamental que a Atenção Primária em Saúde cumpra com seu papel de abordagem precoce para o alcance do controle e mitigação do distúrbio mineral e ósseo da doença renal.
  • A doença renal crônica é desconhecida por grande parte dos acometidos em fases iniciais e o seu controle pela saúde pública é urgente e pode impactar no desenvolvimento complicações.
  • A fragilidade dos prontuários como fonte de informações para desenvolvimento de pesquisas é hoje um grande desafio para os pesquisadores brasileiros.

Introdução: o objetivo foi avaliar a prevalência do distúrbio mineral e ósseo em pacientes com doença renal crônica e a associação entre Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) e os indicadores do distúrbio mineral e ósseo (DMO) (cálcio, fósforo e PTH) em pacientes renais crônicos não dialíticos. Materiais e Métodos: estudo seccional da linha de base de uma coorte de dois anos, com adultos e idosos renais crônicos em tratamento conservador. Para identificação do DMO utilizamos os seguintes valores séricos: PTH (> 150 pg/mL) e/ou hipocalcemia (Ca < 8,8mg/dl) e/ou hiperfosfatemia (P > 4,6 mg/dl). Na análise estatística utilizou-se: regressão de Poisson; T de Student, Mann Whitney e correlações de Pearson e Spearman. Nível de significância foi de 5%. Resultados: prevalência de DMO de 54,6% (n=41) (IC 95%: 43,45 - 65,43).  A maior prevalência de DMO foi em pessoas do sexo feminino, alfabetizadas, idosas, não etilistas, não tabagistas, sedentárias e de cor de pele branca, porém, sem diferença estatística entre os grupos com e sem DMO. As correlações entre P e PTH com TFGe foram significativas, inversas, de força moderada (p= <0,005 e p = 0,003; coeficientes de correlação = - 0,312 e - 0,379 respectivamente). Discussão:os achados desse estudo mostraram que existe uma lacuna no acompanhamento do DMO-DRC pela atenção primária e a prática clínica deve ser revista. Conclusão:identificou-se prevalência robusta de DMO nos estágios precoces da DRC, além de correlações significativas entre o aumento dos níveis de fósforo e PTH e piora das funções renais.

Como citar este artigo: Quadros, Karla Amaral Nogueira; Morais, Flávio Augusto de; Vasconcelos, Francisco Edson Coelho de; Watanabe, Yoshimi José Ávila; Bessa, Allan de Morais; Silva, Fernanda Marcelino de Rezende e; Guedes, João Victor Marques; Belo, Vinicius Silva; Cardoso, Clareci Silva; Otoni, Alba. Distúrbio mineral e ósseo: prevalência subestimada nos estágios iniciais da doença renal crónica. Revista Cuidarte. 2022;13(3):e2266. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2266     

Biografía del autor/a

Karla Amaral Nogueira Quadros, Universidade Federal de São João del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Flávio Augusto de Morais, Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis/MG

Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Francisco Edson Coelho de Vasconcelos, Complexo Hospitalar São João de Deus de Divinópolis/MG

Complexo Hospitalar São João de Deus de Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Yoshimi José Ávila Watanabe, Universidade Federal de São João Del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Allan de Morais Bessa, Universidade do Estado de Minas Gerais

Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) unidade de Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil

Fernanda Marcelino de Rezende e Silva, Universidade Federal de São João Del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

João Victor Marques Guedes, Universidade Federal de São João Del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Vinícius Silva Belo, Universidade Federal de São João Del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Clareci Silva Cardoso, Universidade Federal de São João Del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil. 

Alba Otoni, Universidade Federal de São João Del Rei

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) campus Divinópolis/MG, Divinópolis/MG/Brasil.

Referencias

Crews DC, Bello AK, Saadi G. 2019 World Kidney Day Editorial - burden, access, and disparities in kidney disease. J. Bras. Nefro. 2019; 41(1). https://doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2018-0224

Malta DC, Machado IE, Pereira CA, Figueiredo AW, Aguiar LK, Almeida WS, et al. Avaliação da função renal na população adulta brasileira, segundo critérios laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2019; 22 (Suppl 2). https://doi.org/10.1590/1980-549720190010.supl.2

Barreto SM, Ladeira RM, Duncan BB, Schmidt MI, Lopes AA, Bensenor IM, Chor D, et al. Chronic kidney disease among adult participants of the ELSA-Brasil cohort: association with race and socioeconomic position. J Epidemiol Community Health. 2016;70: 380-9. http://dx.doi.org/10.1136/jech-2015-205834

Scialla JJ, Astor BC, Isakova T, Xie H, Appel LJ, Wolf M. Mineral metabolites and CKD progression in African Americans. J Am Soc Nephrol. 2013; 24(1):125-35. https://doi.org/10.1681/ASN.2012070713

Xie L, Hu X, Li W, Ouyang Z. A retrospective study of end-stage kidney disease patients on maintenance hemodialysis with renal osteodystrophy associated fragility fractures. BMC Nephrology. 2021; 22:23. https://doi.org/10.1186/s12882-020-02224-7

Carvalho AB, Barreto FC. Atualização das Diretrizes Brasileiras para o Tratamento e Avaliação do Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica. J. Bras Nephrol. 2021;43(4).https://www.bjnephrology.org/article/atualizacao-das-diretrizes-brasileiras-para-o-tratamento-e-avaliacao-do-disturbio-mineral-e-osseo-da-doenca-renal-cronica/

National Kidney Foundation. KDIGO 2017 Clinical practice guideline update for the diagnosis, evaluation, prevention, and treatment of chronic kidney disease - Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD). Kidney Inter Suppl. 2017; 7(1):1-59. https://www.kisupplements.org/article/S2157-1716(17)30001-1/fulltext

Pazianas M, Miller PD. Osteoporosis and Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD): Back to Basics. Am J Kidney Dis. 2021;78(4):582-589. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.12.024

Sethi S, Sethi N, Sandhu JS, Makkar V, Kaur S, Sohal PM, Mehta S. Changing Spectrum of Mineral Bone Disorder in Chronic kidney disease stage 3 to 5 D and Its Associated Factors, A Prospective Cross-Sectional Study from Tertiary Care Hospital in Northern India. Iran J Kidney Dis. 2021;15(3):199-205. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33994379/

Carbonara CEM, Reis LM, Quadros KRS, Roza NAV, Sano R, Carvalho AB, Jorgetti V, Oliveira RB. Osteodistrofia renal e desfechos clínicos: dados do Registro Brasileiro de Biópsias Ósseas – REBRABO Braz. J. Bras Nephrol. 2020;42(2):138-146. https://doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2019-0045

Oliveira RB, Silva EN, Charpinel DMF, Gueiros JEB, Neves CL, Sampaio EA, et al. Secondary hyperparathyroidism status in Brazil: Brazilian census of parathyroidectomy. J Bras Nefrol. 2011; 33(4):457-62.https://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n4/en_11.pdf

Abrita RR, Pereira BS, Fernandes NS, Abrita R, Huaira RMNH, Bastos MG, et al. Avaliação da prevalência, perfil bioquímico e drogas associadas ao distúrbio mineral ósseo-doença renal crônica em 11 centros de diálise. J Bras Nefrol. 2018; 40(1):26-34. https://www.scielo.br/pdf/jbn/v40n1/pt_2175-8239-jbn-3527.pdf

Medronho R. Epidemiologia. Capítulo: 15 (275-288).

Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saúde Pública 2010; 44(3):559-65. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000300021

Quadros, JVM. Banco de Dados - Distúrbio Mineral e Ósseo - Karla Quadros. Harvard Dataverse, V1.https://doi.org/10.7910/DVN/JM8GH0

Ministério da Saúde. Diretrizes clínicas para o cuidado ao paciente com doença renal crônica – DRC no Sistema único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2014-37. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf

Dasso, NA. How is exercise different from physical activity? A concept analysis. Nurs Forum. 2019; 54(1):45-52.https://doi.org/10.1111/nuf.12296

Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica – obesidade. Brasília: Ministério da Saúde. 2014-211. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_obesidade_cab38.pdf

Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, S, Brandão AA, Neves MFT, et al.7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia.2016; 107(3):83. http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf

Levey AS, Stevens LA, Schmid CH, Zhang YL, Castro AF, Felfman HI, et al. A new equation to estimate glomerular filtration rate. Ann Intern Med. 2009; 150(9): 604–12. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19414839/

Lotufo, PA. Rastreamento para doença renal: Uma ferramenta em potencial para reduzir a desigualdade na saúde. São Paulo Medical Journal. 2016; 134(1). https://doi.org/10.1590/1516-3180.2016.13411512

Abrita RR, Pereira BS, Fernandes NS, Abrita R, Huaira RMNH, Bastos MG, et al. Evaluation of prevalence, biochemical profile, and drugs associated with chronic kidney disease-mineral and bone disorder in 11 dialysis centers. J. Bras Nephrol. 2018;40(1):26-34. https://doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-3527

Hsu CY, Chen LR, Chen KH. Osteoporosis in Patients with Chronic Kidney Diseases: A Systemic Review Int. J. Mol. Sci. 2020, 21(18), 6846. https://doi.org/10.3390/ijms21186846

Arrigo GD, Pizzini P, Cutrupi S, Tripepi R, Tripepi G, Mallamaci F, et al. FGF23 and the PTH response to paricalcitol in chronic kidney disease. Eur J Clin Invest. 2020; 50(2):1-9.https://doi.org/10.1111/eci.13196

Fajol A, Komaba AFH, Fukagawa M. FGF23 and Klotho in Chronic Kidney Disease. Encyclopedia of Bone Biology. 2020; 57-64.https://doi.org/10.1016/B978-0-12-801238-3.11275-9

Tentori F, Blayney MJ, Albert JM, Gillespie BW, Kerr PG, Bommer J, et al. Mortality risk for dialysis patients with different levels of serum calcium, phosphorus, and PTH: the Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS). Am J Kidney Dis. 2008; 52(3):519-30. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2008.03.020

Publicado

2022-10-10

Cómo citar

1.
Quadros KAN, Morais FA de, Vasconcelos FEC de, Watanabe YJ Ávila, Bessa A de M, Silva FM de R e, et al. Distúrbio mineral e ósseo: prevalência subestimada nos estágios iniciais da doença renal crônica . Revista Cuidarte [Internet]. 10 de octubre de 2022 [citado 19 de abril de 2024];13(3). Disponible en: https://revistas.udes.edu.co/cuidarte/article/view/2266

Número

Sección

Artículos de Investigación

Categorías

Altmetrics

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Artículos más leídos del mismo autor/a