Efeitos da Sexualidade na Funcionalidade Familiar e na Qualidade de Vida de Pessoas Idosas: Estudo Transversal
DOI:
https://doi.org/10.15649/cuidarte.2296Palabras clave:
Saúde Pública, Saúde do Idoso, Assistência Integral à Saúde, Sexualidade, Relações FamiliaresResumen
- A literatura já aponta que a família, muitas vezes, é o principal obstáculo que impede as pessoas idosas vivenciarem sua sexualidade em nível nacional e internacional.
- Receber orientações sobre sexualidade pelos profissionais de saúde se associou estatisticamente à melhor vivência das relações afetivas e melhor QV.
- Quanto mais as pessoas idosas se aprofundam em suas relações afetivas referentes à sua sexualidade, melhor será a funcionalidade familiar, demonstrando efeito positivo entre essas duas variáveis.
- As vivências da sexualidade impactam beneficamente à QV desse grupo etário e, por isso, torna-se necessário que os profissionais de saúde conduzam adequadamente as consultas em saúde de forma holística.
Introdução: a literatura já aponta que a família, muitas vezes, é o principal obstáculo que impede as pessoas idosas vivenciarem sua sexualidade. Porém, até onde sabemos, não existem estudos que identifiquem os efeitos da sexualidade na funcionalidade familiar. Objetivo: analisar os efeitos da sexualidade sobre a funcionalidade familiar e sobre a qualidade de vida de pessoas idosas. Materiais e métodos: estudo seccional realizado com 692 pessoas idosas entre os meses de julho e outubro de 2020 por meio da utilização de instrumentos autoaplicáveis. Os dados foram analisados com o teste de Kruskal-Wallis, correlação de Pearson e modelagem de equações estruturais. Resultados: as pessoas idosas com algum grau de disfuncionalidade familiar apresentaram pior vivência na sexualidade e pior qualidade de vida. O domínio relações afetivas da sexualidade foi o único a exercer efeito de forma positiva, de moderada a forte magnitude com a funcionalidade familiar (CP=0,472 [IC95%=0,301-0,642] p<0,001). A qualidade de vida, por sua vez, sofreu efeito positivo, de fraca a moderada magnitude, de todos os domínios da sexualidade: ato sexual (CP=0,339 [IC95%=0,190-0,488] p<0,001); relações afetivas (CP=0,117 [IC95%= -0,041-0,275] p<0,001) e adversidades física e social (CP=0,150 [IC95%=0,074-0,226] p<0,001). Conclusão: a sexualidade entre as pessoas idosas pode ser explorada com maior frequência nos serviços de saúde, uma vez que, exerceu efeitos positivos na funcionalidade familiar e na qualidade de vida dessa população. Espera-se que com os resultados deste estudo, haja valorização da temática nos serviços assistenciais e que a sexualidade na velhice seja explorada com as pessoas idosas, especialmente na atenção primária à saúde.
Como citar este artigo: Souza Júnior, Edison Vitório de; Silva Filho, Benedito Fernandes da; Cruz, Diego Pires; Rosa, Randson Souza; Cairo, Gabriel Magalhães; Silva, Cristiane dos Santos; Siqueira, Lais Reis; Sawada, Namie Okino. Efeitos da Sexualidade na Funcionalidade Familiar e na Qualidade de Vida de Pessoas Idosas: Estudo Transversal. Revista Cuidarte. 2022;13(1):e2296. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.2296
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